sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Angola é 3.º nos acidentes de viação. Governo apostando no álcool é cúmplice da sinistralidade


Quando, há dias, pronunciamentos emitidos por diversos órgãos da Comunicação Social Angolana, repudiaram o aumento de fábricas de bebidas alcoólicas em Angola, numa clara alusão, ao anúncio da abertura de mais uma cervejeira, na cidade do Huambo, não faltou quem, feito advogado do diabo, não tenha defendido a iniciativa em causa, como sendo compreensível, já que na perspectiva de tal diabólica advocacia, a abertura de tal empreendimento económico, contribui para alegado crescimento económico do país.

E, porque, na verdade, país nenhum do mundo, cresce com alcoolismo por excesso, a reposta aos apologistas do crescimento de Angola, pela via da bebedeira, não se fez esperar com a publicação do infelicíssimo dado, segundo o qual, Angola é o 3º pais no Mundo com o mais alto grau de sinistralidade rodoviária, dado demolidor, suficientemente claro para abafar o infeliz argumento com o qual se tenta justificar investimento alcoólico, caso concreto, o acabado de ser anunciado para o Huambo.

Dado clarividente para se descobrir o que se esconde debaixo do pranto que se finge chorar de tristeza, face à sinistralidade, feito passar por via radiofónica, televisiva ou outra de divulgação maciça.

A não ser que o Século XXI seja diferente de todos que lhe antecederam em que era inconcebível cantar e assobiar ao mesmo tempo, custa aceitar que se queira dar a entender que ao mesmo tempo que se autoriza o aumento de fábricas de bebidas alcoólicas, não se encoraje o crescimento do número de condutores bêbados. Só se possível fosse, apelar no sentido de que ao universo de bêbados que cresce, em consequência do acréscimo de produtoras de bebidas alcoólicas, se associem todos os Angolanos, menos os encartados, ou se quisermos, os condutores de veículos motorizados.

Não sendo isso possível, porque o mais óbvio é a população consumidora de álcool tender a crescer na medido em que o Governo for dando aval a investimentos do género, somos a concluir que se quer convencer a Sociedade de algo impraticável.

Tal como no 20 séculos anteriores ao presente, também no actual XXI, de certezinha absoluta, ninguém vai, simultaneamente poder, cantar e assobiar. Como tal, não vai a Sociedade Angolana engolir este sapo, ou convenhamos, aceitar que os que autorizam que em nome do crescimento económico de Angola se abram mais fábricas de bebidas alcoólicas sem se correr o perigo do aumento dos acidentes de viação que se concorda por unanimidade, ser catalisador da sinistralidade rodoviária em todo o mundo e quiçá em Angola.

Se o problema é a busca do aumento de posto de emprego para a minimização do desemprego em Angola, tenham paciência senhores autorizadores das fabricas de bebedeira. Arranjem − se outras fontes de riqueza!

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