sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Benguela. EMPRESA DE ÁGUAS DE BENGUELA DE CRISE EM CRISE


José Alberto

Nas “barbas” do General Armando da Cruz Neto, foram nomeados gestores públicos com antecedentes “CRIMINAIS”
A cruzada contra a corrupção e a delapidação do erário público levado a cabo pelo governador provincial de Benguela, General Armando da Cruz Neto, tem conhecido de a um tempo a esta parte um grande revês, após a “decapitação” dos rostos mais visíveis da Empresa de águas de Benguela acusados de gestão danosa, cujos resultados de um inquérito mandado instaurar para se apurar a sua veracidade continuar a aguardar com grandes expectativas pela opinião pública.
A nomeação de uma nova comissão de gestão provisória liderada por Jaime Alberto como coordenador geral e Zacarias Maciala, responsável para a área de administração comercial e Finanças, por despacho n.º 74/10 de 10 de Setembro do corrente ano, o seu critério foi considerado eivado de afinidades familiares e transformou-se numa hecatombe para imagem do executivo de Benguela.
Segundo apurou o F8, os novos “líderes” das águas de Benguela têm um passado “criminal” na gestão da empresa de águas do Lobito, onde em 1999 desempenharam, respectivamente, as funções de director adjunto e chefe das finanças. No referido período Alberto Jaime, foi acusado de ter desviado do ATM da empresa, hipoclorito de sódio, combustível e material de canalização, foi expulso da empresa, tendo sido ouvido pela Polícia de Investigação Criminal do Lobito, cujo desfecho do competente processo se desconhece até hoje. Em 2004 com um alegado empurrão do seu padrinho de casamento o vice-governador para área económica, Agostinho Felizardo foi indicado para fazer parte do projecto “Águas de Benguela” em execução pela Odebrect.
Já Zacarias Maciala foi acusado pela então direcção geral da empresa de Águas do Lobito de engenharias financeiras pouco claras dentro das normas de gestão o que levou a sua demissão através de um despacho (n.º6/02) assinado pelo seu director geral, António Pascoal aos 25 de Abril de 2002. Fontes que acompanharam o caso afirmaram ao F8, que como defesa a pressão que lhe estava a ser exercida pelos seus superiores face as alegadas irregularidades financeiras durante a sua gestão, teria tirado proveito da sua condição de cabindês fazendo crer que estava a ser perseguido por suspeitas de ser militante da FLEC, tendo assim abandonado o país e solicitado asilo político na Irlanda onde permaneceu até o seu regresso.
Com este “curriculum” a ascensão dos novos responsáveis para a actual gestão da empresa de águas de Benguela e do Lobito está a ser encarada por sectores políticos e sociais como grave falha do governador provincial de Benguela, face a imagem que tem passado de ser partidário em colocar a frente dos destinos de organismos do estado quadros de competência e idoneidade reconhecidas.
Contactados pela nossa reportagem os dois responsáveis, mostram-se indisponíveis para falar sobre o assunto, não podendo desta forma cumprir com as normas do contraditório que a nossa profissão exige.

Última hora

Polícia anti-motim nas ruas de Benguela

A polícia anti-motim saiu novamente a rua na manhã do dia 22.12 para impedir a manifestação de cerca de trezentos trabalhadores das empresas que prestam serviços a empresa de águas de Benguela e que não recebem os seus salários a mais de quatro meses.
No local os trabalhadores foram confinados para uma sala de conferências da referida empresa para um encontro com um membro da sua direcção e para espanto dos trabalhadores, também tomou parte o segundo comandante municipal da Policia de Benguela que não foi identificado e que segundo os trabalhadores proferiu palavras intimidatórias.
Os trabalhadores relataram expressões do comandante municipal da polícia de Benguela como intimidatórias “se se comportarem como da outra vez vamos vos meter na cadeia, pela posição do comandante da polícia eles estão ao lado das águas” A polícia está ao lados das águas, é triste passar o natal sem dinheiro para a família” remataram os trabalhadores.
Numa entrevista concedida a uma rádio de Luanda, o porta-voz do comando Provincial da polícia Vicente Nogueira, justificou a presença do aparato policial junto a empresa de águas para a salvaguarda da segurança pública e não conseguiu justificar a presença ou não do responsável da polícia do seu comando na reunião com os trabalhadores manifestantes.

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