Já há muito que se espera por um primeiro grito público de indignação contra o que se passa na nossa maravilhosa cidade das Acácias Rubras. Tudo o que se ouve nas ruas, da boca do povo, na voz de vários homens decentes e honestos e nos desabafos de alguns descontentes do MPLA e do governo da Província, tanto em privado como em semi-público, tudo aponta para uma situação de podridão e de má governação. Esta última, data do tempo do excelente auto-governador, Dumilde Rangel, mais conhecido pelo epíteto de Senhor 20% ou 30%, entre outros nomes com que foi etiquetado por alguns dos seus mais directos colaboradores. O seu consulado foi um prolífero fartar vilanagem de que o próprio governo central em Luanda tem conhecimento.
O Partido a que o governador pertence também tem conhecimento. O Presidente da República que o nomeou, também sabe. E quando o homem foi exonerado, muita gente soltou um suspiro de alívio na esperança de haver saneamento das condutas governamentais, a seu tempo reforçada pela lei da Probidade e pela anunciada campanha tolerância Zero. Mas nada. Mal o “senhor 30% virou costas entraram pelo menos outros cinco “Senhores” mais ou menos iguais a ele. Mas grito de indignação é que nunca se ouviu. Ouviu-se, sim, o martelo do juiz no julgamento de 5 acusados, dos quais se destacam o dr. António Bento, director provincial; Inês da Glória Mendes Mateus Quessongo, responsável dos recursos humanos e José Borge, chefe de repartição municipal do Lobito. Entre outras malandrices graves, desvios de fundos e coisas assim, “há sobrefacturação no restaurante que serve no hospital, pois dos 15 milhões de kwanzas cobrados pelo “Escondidinho”, 20 por cento é para o actual chefe, o mesmo acontece nas empresas de recolha de lixo e de segurança. Quanto à lei de Probidade, talvez passe a lei de Probabilidade. E já agora, as contas do CAN já foram feitas?
Imagem: umapeliana.blogspot.com
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