sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O estrabismo de Victor Aleixo


O caso de Cabinda, esse do julgamento de intelectuais acusados de ler e de navegar à toa na Internet, levado a toque de caixa por um juiz medieval às ordens de um poder político de guerrilheiros no cumprimento de leis também medievais, uma pouca-vergonha que suja o nome de Angola por toda a parte no mundo, continua a dar que falar.

Depois de na semana passada Bento Bembe ter dado o seu show de ficcionista no programa das terças-feiras na LAC, “Café da Manhã”, do José Rodrigues (com reposição esta semana por razões lamentáveis e desconhecidas), no decorrer do qual, à parte ter amiúde metido os pés pelas mãos, conseguiu falar durante mais de uma hora sem dizer nada, na sexta-feira seguinte, dia 13, foi a vez de ouvirmos a respeito desse mesmo julgamento e respectiva “sentença”, o comentador dessa mesma estação de rádio, Victor Aleixo, que também não disse praticamente nada a não ser salientar uma evidência ao declarar que o governo comete um erro ao recusar vir a terreno dar uma qualquer justificação da sentença.

Na sua opinião a sentença é polémica, mas pode ser explicada e é perfeitamente defensável. O único mal nisto tudo é o facto de o governo se calar. Quer dizer, para este distinto analista, ler é crime, mostrar o que se leu também, e distribuir leitura não tem perdão. Parabéns.

Imagem: olhardovladi.blogspot.com

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