sábado, 28 de agosto de 2010

Governo instiga violência futura A revolução social já começou e, no Sambizanga


Willian Tonet

Perante o que está actualmente a se passar em Luanda, os angolanos em geral e os luandenses em particular, deveriam reflectir ao que poderá estar por trás e à frente dos crimes que ultimamente têm sido cometidos no raio de acção do Sambizanga, coincidentemente ou não, logo a seguir ao anúncio da extinção seguida de transferência do mercado do Roque Santeiro, a sua maior bolsa de oxigénio, garante do emprego e sobrevivência de milhares e milhares de “mexilhões”, que não vão seguramente para o Panguila, ponto final da referida transferência, assistimos a uma sofisticada espiral de violência.

A espectacularidade dos assaltos aos bancos, BAI e BIC, aos supermercados POMOBEL (na Avenida do Brasil) e à Ribral (na Liga Africana), poderão ser um terrível prenúncio do que se seguirá, pós-Roque...

É que paira uma ameaça de rebelião generalizada quando se fecharem as “comportas” que, por ora, se abrem para o Roque, deixando passar um enorme fluxo de gente, uma multidão, que todos os dias da semana, excepto segunda-feira, para aí corre no fito de se abastecer como puder de algum kumbú para a sua sobrevivência.

Riscos há de nos vermos obrigados a assistir a uma invasão de delinquência a granel, anárquica e desesperada, agitando-se em actos de violência no seu maior esplendor, pelo simples facto de muitos dos delinquentes de hoje fazerem parte de gangs que têm no seu seio ex-policias e militares, tudo misturado e postos uns injustamente no desemprego e outros escorraçados sem justa causa e sem qualquer pensão de reforma.

É bom que se reflicta sobre as probabilidades de que na realidade talvez seja esta a resposta dos vendedores do Roque ao desprezo de que foram alvo, mas que preferiram não confrontar, de frente, o poderio bélico das autoridades policiais e miltares, dando-lhes a sensação de que tudo está bem, que aceitam, para, afinal, mandarem os seus “soldados”, homens de mão e estafetas para a rua com o intuito de agir do mesmo modo como as autoridades agiram contra os seus interesses, provocando em seu redor um pânico que poderá incendiar a cidade, a província er alastrar-se, tal como um incêndio para o resto do país.

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