sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Perestroika angolana na Huíla


Na nossa edição da semana passada abordámos a maka das fissuras no estádio de Santa Maria do Monte do Lubango. A esse propósito escrevemos: «No Estádio de Nossa Senhora do Monte as deficiências são notáveis a olho nu. Quando chove, por exemplo, a água entra no edifício central como se não existisse tecto. Há imensas fissuras, principalmente nas chapas de cobertura, o que demonstra, por um lado, que a obra não foi executada com perfeição, e por outro, que a empresa fiscalizadora cumpriu devidamente o seu papel.

Dada a gasosa, estava sempre tudo “bem fixe”!». Mas o que não sabíamos nessa altura era que tudo se complicaria mais tarde nesse mesmo recinto, em princípio destinado à prática desportiva. O enorme gerador, que supria como podia as endémicas carências angolanas de energia que afugentam muitos investidores estrangeiros e ali estava para o que desse e viesse como falhanço de abastecimento de electricidade, desapareceu. A Rádio Cinco soube do caso e no seu programa “Bocas da Semana” de Cândido Fortunato deu a voz a um dirigente que se mostrou indignado com o desaparecimento do mostrengo gerador. «Como é que pode ter desaparecido um aparelho tão grande e tão pesado. Isso é grave, tem que se apurar responsabilidades, não pode ficar assim.

No dia seguinte, a defeito de Isaac dos Anjos vir a público dar informação do que se passou, ouvimos uma explicação rota dada por um porta-voz do executivo da província. Essa explicação resumia-se a dizer que o dito executivo estava ao corrente. Não explicou como, nem quando, nem porquê, nem para quê e nem para servir o quê ou quem. Nada. O executivo está ao corrente, cala-te e vai pastar. Não há nada a fazer, esta mania do segredo vem do tempo da guerrilha.

Imagem: eciencia.usp.br

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