Quem nunca comeu melado quando come se lambuza!
Ora, vamos lá analisar os factos! Há 36 ou 40 anos atrás, 95% dos homens que hoje governam Angola não conseguiam dispor de 3 refeições diárias… por incrível que pareça, José Eduardo Dos Santos, idem!... Mas mais misericordioso é que muitos desses homens não podiam sequer dar-se ao luxo de comprar papel higiénico… perdoe-se o exagero no detalhar da verdade nua e crua!... São esses os mesmos homens que no dia 11 de Novembro de 1975, lá na Praça Primeiro de Maio, andavam aos gritos com o dizer: ‘'O mais importante é resolver os problemas do povo''…
São também esses, os mesmos homens que sob a demagogia da criação do homem novo têm eliminado adversários fisicamente sem dó nem piedade… É mais fácil matar um ser humano que um cão lá na minha terra, principalmente se for uma encomenda especial… Só Deus sabe quantos terão sido vítimas dessa encomenda fora e dentro de Angola… Existem mil e uma maneiras de se matar um gato, disse-me discretamente um diplomata angolano em Nova York num debate mais carregado de hostilidade política sob a realidade de Angola… São também esses os mesmos homens que se têm apropriado indevidamente dos recursos do erário público, abençoam e apregoam aculturação do Evangelho a corrupção, a má distribuição de renda, etc.. Francamente… O que é que José Eduardo dos Santos tem mais o que provar aquilo que não foi capaz de fazer durante 32 anos na Presidência da República?... São também esses os mesmos homens que chegaram ao poder graças às forças das armas e têm mais olhos que barriga… Homens sem verdades, mentirosos e sem pudor…Mas quem de nós acredita que José Eduardo dos Santos e seus comparsas venham abdicar do poder em Angola?... Não restam dúvidas algumas que esses Srs. e a sua camarilha estão envolvidos num autêntico fiasco de máfia internacional… São também esses mesmos homens que agora se agarram ao poder para que os seus filhos tomem as rédeas do futuro político, económico e militar de Angola… Porquê? Para que possam beneficiar de imunidade política.
(Prof. Kiluange – New York City , num comentário do Club K)
Com a aproximação do período de campanha eleitoral, a UNITA decidiu antecipar-se às futuras e inevitáveis hostilidades teleguiadas de que será alvo e apresentou uma queixa ao Parlamento sobre alegados casos de intolerância política, no Huambo, contra militantes seus.
A Assembleia Nacional acabou por aceitar como fundamentada a queixa e criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) constituída por uma maioria de elementos do MPLA, maioria essa tão esmagadora como a que o partido do governo tem na Assembleia Nacional, com missão de averiguar os vários factos contidos na queixa, o que à partida significava já que não haveria inquérito nenhum, a não ser para a fachada, pois o substrato comprovativo das anuências, passiva e activa, do partido maioritário, seriam diluídas até ao seu completo desaparecimento na votação final.
O inquérito foi efectuado e o resultado anunciado foi o NIET de sempre, tendo sido considerado que os factos em análise, em geral, não correspondiam à verdade e os assassinatos evocados pela UNITA ocorridos nos municípios do Bailundo, Ucuma, Ekunha, Tchicala-Tcholoanga, Caála, Catchiungo e Londuimbale, não resultaram de intolerância política, mas de crimes do fórum comum relacionados, entre outros, com prática ligadas à feitiçaria, relegando par uma espécie de ataque de nervos ridículo que quase fazia a pradaria pegar fogo, o alarde feito durante meses pelo «Galo Negro» sobre o assunto.
Mas peguemos alguns antecedentes históricos, para melhor compreensão deste fenómeno.
Desde o dia em que o Galo Negro foi formalmente reduzido a duas asas (duas alas), com a famigerada fundação da Unita Renovada, na segunda metade da década de 1990, a dar origem à decorrente instalação em Luanda de alguns dos seus militantes numa tentativa de obter um possível lugarzinho no Parlamento e a obtê-lo, centenas, dizemos bem, centenas foram as vezes em que, comprovadamente, alguns deles, ou seus acólitos, tenham sido alvo de actos violentos, incluindo tentativas de homicídio e verdadeiros assassinatos, por parte de membros notoriamente conotados como fazendo parte de brigadas sem nome, mas veladamente ligadas ao partido no poder.
Dentre as dezenas de queixas que então foram feitas sobre tais actos, nenhuma foi objecto de resgate, na medida em que todas elas foram repelidas pela teoria avançada pelo ex-governo de Angola, resumida a um NIET arrogante a sustentar uma barricada intransponível contra todo o tipo de acusação, mesmo que sustentada por provas irrefutáveis.
De facto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que averiguou os alegados casos de intolerância política na província do Huambo, constatou um conjunto de evidências que contrariam as apresentadas pela UNITA, durante o seu trabalho realizado em três meses na região. É o que consta na Resolução que aprova o Relatório da CPI apresentado, dia 19.07, pelo deputado do MPLA, Adriano Botelho de Vasconcelos, durante a segunda sessão extraordinária do Parlamento.
Exemplos exemplares segundo a CPI
Os cidadãos Luciano Moma e Marcelino Pataca, dados pela UNITA como assassinados pelas autoridades, estão vivos, apresentaram-se e estabeleceram um contacto directo com a CPI, numa sessão assistida pelas esposas, filhos e sobas, que testemunharam a identidade dos mesmos, o que levou os inquiridores a considerar que não foi provada a acusação da UNITA, segundo a qual teria havido uma orientação por parte do governador, dos administradores municipais, comunais e das autoridades tradicionais com o fim de promover a intolerância política.
Por outro lado, a CPI constatou que as ameaças e atitudes negativas reiteradas de alguns membros da UNITA, resultam de orientações transmitidas pessoalmente pelas esferas superiores do Galo Negro, aquando de visitas ou encontros com dirigentes do partido, ou através de documentos subscritos por responsáveis nacionais e provinciais, ou ainda por meio da comunicação social, como é o caso da Rádio Despertar.
E não é tudo, pois a verdade, segundo a CPI, é que a maior parte das ocorrências configurando intolerância política, no dizer dos depoentes pertencentes à UNITA, ocorreram no período compreendido entre 2003 e 2008, longe daquela que o grupo parlamentar desta formação alega na sua petição ao presidente da Assembleia Nacional.
Tais entorses à realidade até poderiam ser motivo para abrir um processo judicial contra a UNITA, mas não, só temos é a agradecer, uma vez que grande parte das ocorrências, sendo de natureza criminal, transitaram para o fórum judicial onde mereceram o devido tratamento, conforme o relatório da Procuradoria da Província do Huambo em anexo no documento final, tendo ficado bem esclarecido que estes actos condenáveis e inaceitáveis não foram instigados ou orientados pelas autoridades administrativas do governo.
Enfim, a CPI avança um argumento demolidor de toda a “histeria do Galo Negro”, asseverando que os depoimentos colhidos dos cidadãos em 11 municípios e das personalidades representativas da sociedade civil, como igrejas, sindicatos, associações de camponeses, ex-militares, estudantes universitários, Conselho Provincial da Juventude, entre outras, ouvidas na capital da província do Huambo, rejeitam categoricamente a existência de intolerância política na província do Huambo, antes pelo contrário, pois as testemunhas reconhecem o esforço do governo e consideram bastante positivo o processo de reconciliação nacional, bem como a integração na sociedade civil, na vida política da província de cidadãos outrora sob controlo da UNITA.
Nas entrelinhas pode-se ler: adesão ao MPLA!
E, para terminar em beleza, a CPI «apurou haver rejeição dos populares, principalmente nas comunidades rurais, nas quais a UNITA não tem sedes partidárias».
«Constatou ainda haver desrespeito às autoridades tradicionais pelos elementos da UNITA, confirmando-se esta constatação pela arrogância verbal muitas vezes usada por militantes e responsáveis desta organização diante da CPI.
Deste modo, está concluído o trabalho da CPI, cujo relatório foi aprovado com 153 votos a favor, 11 contra e nove abstenções».
Fim.
Exemplos escamoteados ou encenação perfeita do jogo político
São muitos, contam-se por dúzias, ocorridos ao longo das quase duas décadas que nos separam dos idos de 1992. Não houve provas, pois não, como não houve provas da agressão do jornalista do F8 na cidade de Huambo, mas todos sabem quem mandou bater. Por vezes, os chefes já não batem, mandam bater, mas isso não os iliba de serem os autores morais.
E o mal de toda esta encenação do CPI do “ÉME”, a fazer de conta que confere e investiga, sempre a puxar a brasa para a sua sardinha, é mais uma humilhação cientemente organizada para amesquinhar a UNITA.
Ah!, poder-se-á dizer, e esses mortos que apareceram vivos, como é então?!. Esses mortos apareceram vivos porque se esconderam para fazer crer que estavam mortos, não é preciso ser bruxo para chegar até aí, e quanto ao pretenso ódio das populações pela UNITA, nutrido pelas populações que não se encontram sob a sua alçada administrativa, também não vale a pena ir ao Kimbanda para adivinhar, é obra de obreiros anónimos e por vezes não, orientados por elementos ligados à Secreta, que desde 2002 se agitam em missões de diabolização do Galo Negro no Sul de Angola.
O F8 está em posse de documentos comprovativos dessas acções, cometidas pelo ex-SINFO, assinados, com datas, orientações, ordens de perseguir e molestar, diabolizar ao máximo entidades de relevo em várias zonas não só da província do Huambo, mas também em todas as outras zonas sulanas.
Estamos prontos a apostar mil kopeks contra uma grade de Água Transparente, que se a CPI fosse CPII (independente), o resultado do inquérito teria sido exactamente o oposto desse que foi apresentado à Assembleia Nacional.
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