As Nações Unidas consideram que os números da Sida em Angola “ainda não são alarmantes” mas avisam que a situação pode “piorar rapidamente” se programas de prevenção não forem aplicados “em larga escala e em ritmo acelerado”.
Numa declaração a propósito do Dia Mundial do Sida, assinalado no dia 01 de Dezembro, a ONU refere que apesar de a situação não ser ainda “alarmante”, os números de infeções “não estão a diminuir” em Angola.
Dados estatísticos das autoridades sanitárias angolanas indicam que diariamente são notificados 20 novos casos no Hospital Esperança, unidade hospitalar especializada em Luanda.
Segundo a ONU, a taxa de prevalência continua a ser relativamente “baixa e estável”, com uma estimativa média de 1,9 por cento na população adulta, com maior incidência em centros urbanos de algumas províncias.
As Nações Unidas sublinham que, porém, as novas infeções “não foram ainda significativamente reduzidas”, o que poderá “agravar a situação em poucos anos se não forem implementadas em larga escala e em ritmo acelerado as medidas de prevenção”.
A preocupação da ONU é sustentada pelos dados estatísticos nacionais angolanos, com base no Inquérito do Bem-Estar da População (IBEP) 2010, segundo os quais apenas 40 por cento das pessoas entre os 12 aos 49 anos com múltiplos parceiros sexuais usa preservativo.
Os dados do IBEP dão conta ainda de que 30 por cento dos jovens entre os 15 e os 24 anos não têm conhecimento “claro” de como evitar a transmissão do vírus da Sida. Por outro lado, 2,4 por cento das mulheres grávidas têm Sida que poderão transmitir aos bebés por falta de informação.
“Destas mulheres, cerca de 20 mil, de acordo com o Instituto Nacional de Luta contra a Sida, apenas 4780 fizeram testes e 3050 beneficiam de assistência médica para prevenir a transmissão ao bebé”, referem as Nações Unidas.
Para melhorar a situação, as Nações Unidas pedem ao Governo angolano que aumente “rapidamente” os serviços de prevenção e tratamento da Sida em todo o país, para que mais pessoas sejam diagnosticadas e tratadas.
A coordenadora da Agência das Nações Unidas para a Sida (ONUSIDA) em Angola, Renu Chahil-Graf, apela a um maior “ênfase nos esforços multisectoriais e a utilização das possibilidades atuais, como a capacidade de resposta do Governo, o entusiasmo da sociedade civil, a disponibilidade de recursos, o apoio de parceiros internacionais e a recente declaração do Vaticano sobre o uso de preservativos”.
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