quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Euro/Crise - Economist Intelligence Unit. Apoio à Irlanda confirmou receios de investidores com países como Portugal


O resgate financeiro da Irlanda pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) não só não conteve a crise, como “confirmou os receios dos investidores com outros países como Portugal” e possivelmente Espanha, diz a Economist Intelligence Unit.
Na sua mais recente projeção para o crescimento da economia mundial, a unidade de análise económica do grupo The Economist, defende que os sérios problemas orçamentais das chamadas economias periféricas estão a “propagar os receios de um contágio mais alargado, ao ponto de estarem agora a colocar dúvidas sobre o futuro do próprio projeto do euro”, e que a zona euro se mantém na sua pior crise de sempre.
No que diz respeito ao impacto do plano de apoio financeiro sobre a confiança dos investidores, os economistas consideram que este está a ter o efeito contrário.
“O acordo de financiamento de 85 mil milhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional à Irlanda não conteve a crise. Pelo contrário, confirmou os receios dos investidores de que outros países como Portugal – e possivelmente mesmo a Espanha, uma economia muito maior – possam também necessitar de um resgate financeiro”, escreve a Economist Intelligence Unit (EIU).
A EIU sublinha, ainda no que diz respeito à Europa, que a crise da dívida está a ameaçar a moeda única e que a austeridade exigida pelos mercados de dívida está a lançar uma nuvem sobre as perspetivas de crescimento deste bloco.
Ainda assim, a unidade projeta um crescimento de 0,9 por cento para 2011 (contra 1,6 por cento este ano) para a totalidade da zona euro, um ritmo que considera “decente”, ancorado essencialmente no desempenho da economia alemã, à medida que a austeridade cerra fileiras e a procura externa diminui.
Para a totalidade da economia mundial, a projeção para 2011 aponta para um crescimento melhor que na análise anterior, apesar de ainda muito abaixo dos níveis de 2010, uma vez que as medidas de apoio às economias começam a ser retiradas e as medidas de austeridade começam a ser implementadas com maior profundidade nalgumas economias.
A projeção de crescimento do PIB mundial (em paridade de poder compra) aponta para um crescimento de 3,8 por cento, prevendo para 2010 um crescimento de 4,7 por cento.
Apesar de considerarem um ligeiro abrandamento das economias emergentes (ainda que durante um curto período de tempo), a Economist Intelligence Unit prevê que estas economias continuem a ser o motor da recuperação mundial e que possa mesmo ajudar economias avançadas como a Alemanha e o Japão, que cada vez dependem mais das suas exportações para países emergentes para impulsionar o crescimento das suas próprias economias.

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