quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Verticalidade da linha editorial. Povo e fontes conferem prémio ao F8


À força de tanto termos clamado no deserto, acabaram por nos ouvir, o que, não juntando nada aos nossos erros nem às nossas virtudes, constitui mesmo assim uma vitória memorável, de facto, uma verdadeira viragem na história do autismo nacional.

Porém, estamos em crer que essa vitória é muito mais virtual do que real.

O F8 sabe que nestas margens marcadamente malhadas a vermelho e preto nunca poderá ser bafejado por seja que prémio for, todos eles partidariamente concebidos e concedidos a certos jornalistas, por ser considerado do contra. Logo se é o regime quem coordena e dirige os prémios nunca, mas nunca permitirá que a independência de um órgão que se mantém fiel a sua linha editorial possa beneficiar, nem sequer participar a seja qual for o prémio.

Resta-nos, no entanto, o prémio popular, por os leitores reconhecerem o enorme serviço público, que vamos prestando não à bajulação, mas a implantação e consolidação da democracia. E esse é o nosso compromisso com a verdade, no exercício nobre de informar e formar as novas gerações actuais.

Para dar um exemplo de discriminação “cautelar” do regime, seguida de escárnio, ameaça e processo judicial em cima vamos relembrar o caso que levou à exoneração do ministro do Interior Leal “Ngongo”.

Quando há cerca de um ano, F8 noticiou o rapto do cidadão português de São Tomé e Príncipe, tivemos um processo que nos foi movido pelo ministério do Interior, pelo cidadão Mello Xavier e pelo seu advogado João Gourgel, acusando-nos de calúnia, difamação e classificando-nos ainda o defensor do ex-deputado-empresário, como cúmplices do alegado crime de Jorge Oliveira.

Nesta cruzada, até tivemos o CNCS como sempre contra nós, ficamos sozinhos na nossa trincheira, mas com a fidelidade dos nossos leitores, que nunca nos abandonaram, financiando-nos com a sua confiança e persistência. Um ano depois, de tanta pressão e perseguição à verdade a compulsiva saída pela porta do cavalo do camarada “Ngongo” constituiu de algum modo uma espécie de grande prémio que, francamente, teríamos apreciado há um ano atrás, agora não, um grande prémio, sim, que nos concedem pelo dever público cumprido, com o reconhecimento da veracidade do que afirmamos naquela altura.

O ministério e o ministro Leal Monteiro Ngongo meteram, afinal, como F8 sempre afirmará, o pé, melhor, o corpo, na lama e comprometeram o país, mas por ali ficariam a governar se não fosse a convicção das nossas fontes e determinação do jornal e da comunidade internacional a meter o bedelho nos nossos tarecos e o ministro ainda hoje lá estaria!

Quem foi o causador da trama: DNIC, PGR ou INTERIOR

Uma fonte digna de crédito de F8 na DNIC disse ter este órgão cumprido com todas as formalidades sob fiscalização da PGR, que foi quem emitiu os mandados de captura internacional e o pedido de extradição do cidadão português que nunca chegou a Portugal, seu país de origem.

Jorge Oliveira é acusado de ter roubado cerca de três milhões de dólares das contas do Grupo Mello Xavier, na altura deputado do MPLA, domiciliadas no BPC”, diz a nossa fonte.

Em sua defesa Jorge Oliveira, diz não haver provas disso, mas saber de um financiamento dado duas vezes, uma das quais indevida e fraudulentamente, ao grupo Mello Xavier, devido ao pagamento de comissões a altos funcionários do BPC.

Como se vê a teia é de engenharias, roubos, denúncias, acusações, raptos e até assassinatos. É um amontoado de muita moamba.

Mas voltemos aos factos desta arapounga.

A Direcção Nacional de Investigação Criminal terá recebido ordens expressas para se deslocarem a São Tomé e Príncipe, pois o ministro Leal Monteiro Ngongo e o comandante geral da Polícia Nacional, já teriam falado com os respectivos homólogos de São Tomé, garantindo-lhes que os seus operativos poderiam ir resgatar a presa.

Chegados ao outro país (STP), sem visto de entrada, em avião alegadamente fretado por Mello Xavier, os agentes do grupo de Buscas e Capturas ficaram acantonados no aeroporto de São Tome. Começaram então a estabelecer ligações, tipo clandestinas, com as suas fontes policiais a quem, sorrateiramente, entregaram a documentação original à Interpol de São Tomé e esta entregou-lhes o Jorge Oliveira, para espanto geral sem nenhum documento de identificação pessoal e assim, sem nada na manga nem papéis, lá veio ele vestido à paisana, algemado e com armas em riste, de corpinho bem feito, para Luanda.

Ao chegaram a Luanda, o homem, como já estava tudo cozinhado, foi entregue pela DNIC à PGR, junto desta instituição do ministério do Interior que sem curar de analisar todos os pormenores, como faz muitas vezes, validou a prisão do cidadão estrangeiro e a manteve.

Aliás, este facto foi confirmado quando, tendo tomado conhecimento José Eduardo dos Santos mandou que o Procurador Geral da República inquirisse os actos dos agentes operativos da DNIC e, no seu relatório, concluiu ter este órgão agido sempre com orientação superior do Comando Geral da Polícia Nacional e do Ministro do Interior, obtendo sempre a chancela do procurador junto da Direcção Nacional, logo foram consideradas pelo relatório final como legais a actuação dos operativos.

E é nessa perspectiva de apenas ser “carne para canhão”, que “enquanto operativos da DNIC actuamos, através das orientações superiores, não nos competindo aferir se era ou não justo São Tomé e Príncipe extraditar ou não o senhor Jorge Oliveira, porque cada país é livre de enviar um criminoso a outro país”.

Nessa perspectiva, não será demais recordar que Angola extraditou sem acordo, Henry Oka, líder do Delta do Níger para a Nigéria e ainda o pastor Bizimungo do Ruanda. Todos eles sem decisão judicial dos tribunais angolanos, mas por decisão política e policial, daí o vício da actuação ilícita dos órgãos do Ministério do Interior.

Agora, a grande maka de Ngongo, ex-ministro do Interior residiu no facto de não ter informado o Presidente da República desta invasão dos seus polícias em território alheio, tão pouco que o processo instaurado já se encontrava em fase judicial, na 4ª Secção, na mesa do juiz Graça, do Tribunal Provincial de Luanda, Dona Ana Joaquina desde meados de Março.

Como se pode verificar o F8 esteve sempre na rota da notícia e com a imparcialidade que o caso requer, na senda de informar.

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