sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Baixo índice de cobertura de vacinação facilita evolução da poliomielite


O ministro da Saúde, José Van-Dúnen, disse no dia 19,que o baixo nível de cobertura das campanhas de vacinação de rotina está a dificultar o combate ao vírus da poliomielite, reintroduzido no país pela terceira vez desde 1991.
Os casos de poliomielite em Angola registaram um aumento este ano, facto que tem preocupado organismos nacionais e internacionais de saúde, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), devido ao alastramento do vírus para países vizinhos como a República Democrática do Gongo.
De acordo com José Van-Dúnen, as autoridades sanitárias estão a realizar campanhas de vacinação a nível nacional, mas a falta de cultura da população em levar os filhos à vacinação e a dificuldade de os vacinadores chegarem às zonas de difícil acesso, estão a permitir que o vírus ganhe força no país.
“As pessoas têm que entender a importância de levarem os filhos a vacinar e aqui fica o apelo para a necessidade de, apesar de os meninos já terem sido vacinados, serem levados novamente a vacinar, por múltiplas razões, desde o baixo nível de saneamento ou terem cuspido a vacina na altura”, disse José Van-Dúnen.
Desde o início do ano, Angola já registou 24 casos de poliomielite, onze dos quais na província da Lunda Norte, a região com o maior número de casos, seguindo-se Luanda com seis, a Lunda Sul e o Huambo com dois casos cada e as províncias de Benguela, Uíge e Bié com um caso cada.
O ministro da Saúde disse ainda que um dos objectivos das campanhas de vacinação promovidas pelas autoridades é, com a vacinação de todas as crianças, deixar no ar o vírus vacinal que deverá competir com o vírus selvagem, criando imunidade.
“As crianças todas vacinadas põem no ar, ao falar, o vírus vacinal que compete com o vírus selvagem, criando a imunidade de massa”, explicou o governante.
A responsável da secção de imunização do Ministério da Saúde, Alda Pedro, disse que para os dias 29, 30 e 31 deste mês está prevista a quarta fase da campanha de vacinação nacional, esperando-se que sejam vacinadas cerca de cinco milhões de crianças.
Entretanto, a médica salientou que, como acontece quase sempre, algumas crianças ficaram sem serem vacinadas ou porque os vacinadores não batem à porta ou por falta de colaboração das pessoas, sobretudo em Luanda.
As
autoridades sanitárias admitem ainda que os casos registados no país têm, geralmente, uma ligação à capital angolana na linha de transmissão do vírus.

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