quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O fim da picada. Quem trata Cabinda como colónia e os seus cidadãos como colonizados


As práticas musculados do governo em Cabinda, não param e isso faz aumentar, nas populações o sentimento de repulsa e revolta, contra as políticas governamentais, aliadas a má gestão do governador Mawete, considerado um dos piores consulados a frente da província.

No dia 28.07, nove jovens angolanos que no 26 tentavam manter contacto com uma missão da União Europeia de visita a Cabinda foram acusados, por este simples acto, de crimes contra o Estado, denunciou o activista José Marcos Mavungo, confirmando a instrução do processo no Tribunal da Comarca de Cabinda
Este antigo vice-presidente da Mpalabanda, associação dos Direitos Humanos, extinta, por na opinião de certas autoridades, só os não naturais de Cabinda, podem ter estas instituições, nas suas províncias, estando os locais proibidos de as ter ou manter contactos com estrangeiros, num paralelismo ao tempo colonial e a patrulha da PIDE. Daí que os arguidos “poderão ser indiciados pela prática de crimes contra a segurança do Estado por tentarem manter contacto com a missão da UE que estava de visita a Cabinda”.
É uma vergonha e aberração a continuação e manutenção deste comportamento musculado das autoridades, que nunca chegará a impor a ordem, mas sim um estado de revolta. Recorde-se que a delegação europeia que visitou Cabinda durante dois dias, era chefiada pelo embaixador da UE em Angola, Javier Puyol, e composta pelos embaixadores da Holanda, Cor van Honk, Itália, Giuseppe Mistretta, França, Philippe Garnier, Reino Unido, Richard Walsh, um representante da embaixada de Portugal e por um representante da Polónia, tendo como objetivo avaliar a situação no enclave.
“Os jovens aproveitaram-se desta oportunidade (da visita da missão) para poder apresentar a situação real aqui em Cabinda, a gestão de Cabinda, a violação dos direitos humanos, as perseguições”, disse Mavungo.
Segundo o ativista dos direitos humanos, “os jovens foram tentar encontrar-se com a missão da UE, que estava reunida com alguns religiosos (num orfanato), e a polícia surgiu com um forte tiroteio, que deixou desmaiadas quatro crianças, espancaram fortemente dois rapazes e prenderam os trinta jovens”.
Nos últimos seis meses, “Cabinda esteve sem luz, sem água. Cabinda tem sido uma cidade fantasma", referiu ainda, acrescentando que a situação do enclave tem piorado nos últimos dois anos.

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