domingo, 28 de agosto de 2011

Miséria humana



Esta é uma história dramática que, por se passar em Angola, não deixa de ser, um mero exemplo do que se passa nos países mais pobres do mundo. Estamos neste momento a pensar na Somália, onde morrem centenas de pessoas por dia de fome e mesmo de sede. É de miséria inenarrável mas real que se trata.
Estamos em 2003, Angola no tempo de paz. Nesse temo, no aterro sanitário do Golfe 2 viviam umas 200 famílias à espera que viesse lixo para ganhar a vida. Vamos tentar explicar o que se passava aos nossos leitores, que muito provavelmente não viram uma reportagem da TPA que mostrava bem o que se passava nessa altura. Tentemos imaginar a miséria em todo o seu esplendor: você, leitor, a sua mulher, ou a sua mãe, ou pai, e o filho, ou a filha, todos juntos, talvez, à espera que os vizinhos deitem fora os seus dejectos para recuperar o que se pudesse recuperar a fim de arranjar dinheiro para comer. Eram 200 famílias a viver assim nas imediações do terreiro sanitário do Golfe2. Um dia, porém, aconteceu um milagre pequenino. Uma senhora, Bebiana de Almeida, tomou conhecimento dessa situação, em 2003 como sobredito, e resolveu ajudar essa gente. Esforços desencontrados foram feitos e passado algum tempo toda essa situação foi relegada para o campo do esquecimento. Passaram mais ou menos 3 anos, e apenas 20 famílias foram ajudadas a sair daquele purgatório malcheiroso. Vinte famílias entre duzentas a serem ajudadas, em três anos, meu Deus, duzentas famílias a viver para lá dos limites mais baixos da miséria humana, e ninguém a ajudar!!?.. não é possível!...Sim, é possível, e o mais terrível é que ainda hoje, onde haja um aterro sanitário, ainda há gente dessa que vive da comercialização do lixo dos seus conterrâneos.
Foto: pobrezinhos

Nenhum comentário:

Postar um comentário