Os casos de desmaios de crianças por alegada inalação de substância tóxica continuam a afetar várias escolas do país, sendo que em vários municípios as autoridades já criaram medidas de segurança para evitar mais casos.
O Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros registou 96 casos de desmaios de crianças, nas últimas horas, nas províncias de Luanda, Kunene e Cabinda, na sua maioria do sexo feminino, por alegada inalação de uma substância tóxica ainda não determinada.
Faustino Sebastião, porta-voz deste serviço afeto ao Ministério do Interior, precisou na altura que 68 casos ocorreram nos municípios de Viana e Rangel, em Luanda. Os restantes verificaram-se em quatro estabelecimentos escolares do ensino secundário, dos quais três do Kunene e um em Cabinda.
Entretanto, o número de crianças afetadas nessas três províncias deverá já exceder uma centena. No final da tarde do 28.07, as autoridades davam conta de mais 76 casos no Colégio Preparação do Futuro, no bairro Katinton, localizado no município da Maianga, em Luanda, com o diretor-geral desta instituição, José dos Santos, a frisar a necessidade de suspender o ano letivo até que se ultrapasse esta situação.
No mesmo município, designadamente no bairro da Terra Vermelha, comuna do Kassequel, 17 alunos da escola 2009 do 1.º ciclo do bairro tiveram de ser assistidos por “deficiência respiratória”.
A comandante da Polícia Nacional em Luanda, comissária chefe Elisabeth Ranque Franque, garantiu a existência de um trabalho rigoroso para que, num curto espaço de tempo, os desmaios possam ser esclarecidos. A responsável adiantou que, em coordenação com a Polícia de Investigação Criminal e do Ministério da Saúde, e com base em análises clínicas, tudo está a ser feito para se identificar a origem do produto e os seus possíveis autores.
Na província do Kunene, onde os casos também já terão aumentado, o governo convocou uma reunião com os membros da Polícia Nacional e outras autoridades para traçar medidas. O governador Jerónimo Haleingue considerou a situação preocupante. “É importante reforçar-se as medidas de segurança nas escolas, com o controlo de acesso às instituição, facto que merece a colaboração das direções escolares, professores e alunos, passando por uma organização interna, o uso dos passes para se identificar as pessoas”, afirmou.
Por seu lado, o comandante provincial da Polícia Nacional no Kunene, comissário Manuel Gouveia, referiu que a corporação está a trabalhar para descobrir as causas dos desmaios, adiantando que já foi criada uma brigada especial de segurança escolar, já em funcionamento.
No Namibe, onde várias escolas foram afetadas, uma equipa de enfermeiros e médicos está no hospital provincial a acolher as vítimas para os primeiros socorros.
O chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, pediu ao seu ministro do Interior informações detalhadas sobre esta situação de desmaios de centenas de alunos em diversas escolas do país, o que levaram já Sebastião Martins a trabalhos de campo, para se inteirar de mais pormeniores.
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