Um ataque feroz baseado em fumo e vento de Carlos Alberto contra William Tonet
Num artigo publicado na semana passada como manchete da página inicial do Club k, subscrito, ao que parece, por um novo ponta de lança instalado bem longe das turbulências angolanas, em Montreal, no Canadá, que se apresenta por intermédio de um nome pouco ou mesmo nada elucidativo, Carlos Alberto, coloca em cheque, em matéria a minha participação como advogado de oficiais da Polícia Provincial de Luanda, presos no também conhecido “Caso Quim Ribeiro” começando por um insulto inserido em epígrafe,
“A última patifaria/Estupidez de William Tonet”.
Passemos sobre o insulto, denunciador de um raciocínio primário e de baixo coturno.
Patifaria, Carlos, é o acto cometido por um patife, isto é, pessoa pouco honesta ou que procede por fraude sem dar mostras de vergonha ou recato, ou ainda, na versão brasileira do termo, alguém fraco e tímido, um COBARDE, numa frase, o negativo da fotografia que define a minha personalidade, pois se há uma característica que me distingue de muitos é a frontalidade que tantas vezes balizou o meu percurso na vida.
Sou da estirpe de homens que matam a cobra e não só mostram a cobra, como também mostram com que pau a mataram.
Percorri vários húmus libertários e nunca mudei de barricada, como muitos, e nas posições que até hoje assumi, sempre dei a cara, enfrentando o lobo na mesma selva, sem me esconder, fugir, acobardar ou trair.
Se tivesse mudado, talvez estivesse hoje a tocar batuque dos milionários…
Nós estamos em Angola, Carlos, e não no Canada, onde existe liberdade de imprensa e uma verdadeira democracia construída ao longo de séculos por cidadãos com mente aberta para a diferença que os separa dos outros, nomeadamente dos imigrantes que se vão inserindo ao fio do tempo numa das comunidades mais avançadas do mundo.
No seu artigo, que me digno respeitar, por ser a expressão de uma opinião contraditória cuja legitimidade lhe assiste, lamento apenas que o tom tenha por vezes resvalado para a agressividade verbal grosseira da parte de uma pessoa que nem conheço.
O Carlos diz entre outras asserções, que defender Quim Ribeiro é «Politicamente "incorrecto”», e acrescenta, como supra mencionado que «A este respeito, acredito que os melhores adjectivos qualificativos são: "Patifaria e estupidez".
De onde virá tanto fel?
O veneno da sua pluma expande-se em seguida por todos os parágrafos do seu texto, numa curiosa defesa de princípios dos radicais do MPLA e de JES, pontuada, sistematicamente, por uma crítica acerba do meu bom nome e desempenho, tanto como jornalista, como nas vestes de jurista.
Entre outras pérolas anotei;
a) “Analistas concluem que o “Caso Quim Ribeiro”, será o culminar e “enterro” político-social de Willian Tonet”(Analistas?!, quais analistas, Carlos? Mistério).
b) “Tudo indica que o jornalista e jurista William Tonet optou em ignorar alguns princípios básicos e lógicos e de correlacionar alguns assuntos”.
(Quais princípios e quais assuntos? Mistério).
c) “O envolvimento de WT contradiz no seu sentido lato tudo que aparentemente tem propagado”.
(O quê, concretamente? Mistério).
d) “Wiliam Tonet rompeu com a ética e moral em todos os sentidos. Consequentemente, será penalizado e depositado no saco -"entulho"- dos angolanos sem crédito tal como o Presidente do Partido Republicano de Angola Carlos Contreiras”.
(Qual “entulho”? Nunca pedi asilo político, até hoje, nem fugi, a todas perseguições da Segurança e do regime. Será que o “entulho” é o MPLA?)
e) “Como advogado existem casos que infelizmente não devemos estar envolvidos tendo em consideração os princípios éticos e morais que defendemos”
(Não devemos, está certo, mas os advogados têm por obrigação defender seja quem for. Pois seja quem for tem direito, por lei, a ser defendido. Melhor é um preceito constitucional).
f) “Neste caso concreto, William Tonet ser renumerado com fundos que Joaquim Ribeiro roubou dos cofres do povo.(…) William Tonet está em defesa de um membro da elite do MPLA que sempre violou princípios básicos de boa governação. William Tonet está a favor de elementos que dentro das suas faculdades mentais sempre defenderam os ensinamentos de José Eduardo dos Santos. É assim que não constituirá surpresa para ninguém se William Tonet estiver inserido na equipa dos advogados de defesa de JES em casos de corrupção e crimes contra humanidade.
(Primeiro, o dinheiro de Quim Ribeiro, alegadamente roubado, estava em posse dos ladrões do mesmo, e se foi roubado foi aos ladrões. Depois o Quim não tem de dar dinheiro a William Tonet, porque não sou seu advogado e isso está bem claro no meu texto; por outra, se um advogado for chamado a assistir um criminoso, a ética e deontologia dizem que deverá fazê-lo – salvo em caso de crime provado, como acontece com os arguidos de crimes contra a humanidade e hediondos, no meu caso -, do mesmo modo que o médico chamado a assistir o seu pior inimigo, será proscrito se recusar assistência).
g) “Tudo indica que WT nunca teve a intenção de especializar-se em assuntos relacionados a direitos humanos”
(Não tenho de ser eu a dizer-lhe que sim ou não, mas os cidadãs, que foram alvos de minhas acções, quer em tempo de guerra como no do calar das armas, que não carecem que disso faça publicidade).
h) “Fica aqui assente, que WT, foi sempre um compadre de Joaquim Ribeiro e aventa-se a possibilidade de ambos serem sócios em alguns negócios já desde os tempos em que Quim Ribeiro gozava de poderes acrescidos no regime do MPLA”.
(Pura ficção. Nunca fui sócio de Quim Ribeiro e isso é que irrita os meus detratores, por não ter rabos de palha, neste caso, mas se o fosse, não teria medo de o assumir e, se calhar, dar algumas acções ao Carlos).
i) “Nesta óptica, WT entregou a alma e espírito neste caso em defesa dos seus interesses materiais e resta saber se o mesmo foi também gratificado com os milhões desviados por Quim Ribeiro”.
(Quem tem a certeza de Quim Ribeiro ter desviado os milhões, no caso o Carlos, talvez os tenha transferido, para uma conta conjunta no Canadá é que partilhou com ele e não William Tonet, que nem tostões viu, tão pouco está interessado).
j) “(…) David Mendes recusou há uns meses defender os arguidos do caso BNA apesar que estes o oferecerem mas de 300 mil dólares Um dos pontos chaves de David Mendes que o levou a recusar defender esta solicitação foi a origem dos fundos que os arguidos disponibilizaram-se em pagar e da relação destes ao regime tendo em conta que a posição que ocupavam no BNA os facilitou açambarcar avultadas somas de dinheiros dos cofres públicos”.
(Primeiro, o Dr. David Mendes recusou o dinheiro, subsequentemente recusou defender. Aí no Canadá, quem é que lhe disse que lhe ofereceram 300 mil dólares? Ou será que colheu a notícia na Internet? Mas vou dizer-lhe em defesa dos direitos humanos eu defenderia, muitos dos arguidos do caso BNA, pois eles são a raia miúda, pois quem lá deveria estar, são os governadores que assinaram os documentos, para legalizar a fraude e estão fora, a viver a grande e à francesa)
Atoardas de mau gosto e de baixo nível
Deixemo-nos de brincadeiras de mau gosto, Carlos, os seus insultos não colhem, nem me beliscam, por isso o perdoo, em nome de Deus.
Se todos os advogados se recusassem a defender alguém por saber que à partida é culpado e, logicamente, que o seu dinheiro é suspeito, não haveria razão para a existência da profissão de advogado de defesa, bastava um juiz e um procurador (e se calhar um carrasco a seguir) para julgar qualquer caso. (...) Ou será que é da opinião de que os réus de um caso grave como este só podem ser defendidos por estagiários principiantes ou autênticas nódoas, como advogados, que os há e não são poucos? Aonde fica, Carlos, a sua "igualdade de direitos" no meio do seu conceito do que é uma democracia (Como comentou um leitor do club k com muito acerto)?
Carlos, respeito a sua opinião (sem os seus excessos e malcriadez, que não lhe ficam bem), mas gostaria de contar, um dia em Angola, com artigos seus da mesma veia que este, na crítica pungente das derrapagens do regime que (des) goverrna os autóctones angolanos.
Sem ser preciso fazer ataques pessoais que só o diminuem. Quando isso acontecer vamos aferir da sua sinceridade e frontalidade, como intelectual, que diz ser.
Não é minha educação chamar nomes e julgar suspeições que pesem sobre quem eu não conheço. Infelizmente, esse não é o seu caso.
Em suma, não sou eu quem o condena(rá), mas a sua própria consciência, por isso não o tratei da mesma forma, para não baixar o nível e, também, o prestígio do club-k e também do F8. Espero que a sua própria pena e consciência possam servir de alerta aos excessos da sua animosidade.
Que o Senhor esteja consigo e lhe proteja do mal.
Excelente resposta...
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