quinta-feira, 19 de maio de 2011

A pasmaceira do Panguila


Dissemos mesmo antes de se ter dado início à extinção do Roque Santeiro que, pelo andar da carruagem ÉME”, cada vez mais atávica, dentro de breve trecho iria começar em Angola uma caça às bruxas, Depois disso, constatamos que não havia engano nas nossas predições, pois já se constataram, entre outros excessos, algumas sangrentas e/ou violentas investidas dos militantes e simpatizantes extremistas do MPLA contra “inimigos da Pátria” (qual Pátria?), de par com toda uma série de crimes destinados a fruir nas calmas de uma impunidade vergonhosa.
Mas, além dessas tristes demonstrações de intolerância e violência primárias, a verdade é que as pessoas que foram recambiadas do mercado do Roque Santeiro para o Panguila estão a sofrer as consequências de mais uma decisão tomada em função de imperativos de investimentos imobiliários, formulada na urgência das exigências dos investidores, em cima do joelho, e executada a toque de caixa.
A situação dos mercadores que aceitaram partir com as suas biquatas para o mercado do Panguila está piorando de dia para dia, pelo que nos foi informado recentemente. Os comerciantes não têm clientes, porque estes não estão para perder quase duas horas no caminho para lá ir compra batatas e cebola e quanto ao resto é o mesmo: um deserto angustiante perante a necessidade de ganhar algum para pôr uma panela ao lume com comida lá dentro. A marcha dos negócios está a frisar uma bancarrota quase geral. Por exemplo, o negócio de roupa de 20 mil por dia para 3 mil; os roboteiros que faziam mais de 2 mil por dia, agora não fazem nem mil; há mais de 100 bancadas vazias porque muitas delas foram abandonadas; os pavilhões de venda de carne estão vazios porque os vendedores abandonaram os locais que tinham alugado. E isto porquê? Porquê!!?... lá temos nós que “voltar à vaca fria”: a urgência dos investidores, senhor. A urgência da ganância! O Panguila abriu portas a mercadores, mas a estrada da vila do Cacuaco ao Panguila ainda estava péssima. Deviam ter feito primeiro a estrada e só depois abrir o mercado, não fizeram ao contrário. E, repetimos, para ir da cidade ao mercado são mais de duas horas. Vá lá você se tiver tempo.

2 comentários:

  1. A reportagem esta correcta, infelizmente ninguem pensou nem nos vendedores nem das pessoas que ncessitavam de fazer compras. Uma Decisao tomada por Cifroes para os Grandes ...

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