quarta-feira, 4 de maio de 2011

Arrancou projeto conjunto entre Angola e a Namíbia contra a malária


A iniciativa de luta contra a malária, um projeto comum entre Angola e a Namíbia denominada Transcunene, foi lançada no dia 25.04, num dos municípios fronteiriços, prevendo o tratamento de doentes dos dois países, independentemente da nacionalidade.
O diretor adjunto do Programa Nacional angolano de Luta contra a Malária, Nilton Saraiva, disse que Angola está já a ajudar a vizinha Namíbia a eliminar a doença. Estão a ser desenvolvidas ações conjuntas, como a pulverização, distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticida e harmonização do protocolo de tratamento, ou seja, o uso do Coartem nos dois países, referiu o mesmo responsável.
A cerimónia coincidirá com o dia mundial e africano da malária, data em que se assinala o esforço global para controlar a doença. O tema do quarto dia mundial da malária, "Alcançar o progresso e impacto", sublinha os esforços renovados da comunidade internacional para atingir a meta de zero mortes por essa doença em 2015.
Angola espera eliminar a malária até 2030 quando a incidência da doença for de zero casos durante, pelo menos, três anos consecutivos.
Na região sul, onde a transmissão é baixa (Huíla, Kunene e Kuando Kubango) poder-se-á perspetivar a eliminação da malária até 2025.
Em 2010, Angola registou 3,5 milhões de casos de malária.
É neste quadro que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu no 21.04, que a maioria dos países africanos levará seis meses a um ano para a aplicação a recomendação da organização de usar artesunato em vez de quinino no tratamento da malária em crianças.
Em 2006, a OMS recomendou formalmente o uso de artesunato em adultos com malária grave, na sequência dos resultados de pesquisas científicas diversas, e na semana finda decidiu alargar esta recomendação para as crianças.
O especialista do Programa de Malária da OMS, Peter Olumesse, disse que em meados de 2012 a maioria dos países de África estará a usar artesunato, um derivado semi-sintético da artemisinina, que se revelou muito mais eficaz, mais fácil administrar e com um custo, em termos de tratamento, semelhante ao quinino.
Crianças menores de cinco anos respondem cerca de 85 por cento dos casos de malária no mundo.
Segundo estimativas recentes, há cerca de 225 milhões de casos de malária cada ano no mundo, a maioria sem complicações, mas cinco por cento das pessoas contraem a forma grave, que geralmente é fatal se não for tratada nas primeiras 24 horas do início dos sintomas.
Além disso, a malária comum pode tornar-se grave, principalmente nas pessoas que não tenham sido expostas antes à doença e não desenvolveram imunidade ao parasita, o que torna as crianças um grupo particularmente vulnerável.
Olumesse explicou que o tratamento com quinino, usado durante séculos, é complicado porque deve ser inoculado por soro, em doses calculadas de acordo com o peso do paciente, por quatro horas num ritmo estável, repetindo o tratamento até que o doente esteja em condições de receber tratamento oral. Recorde-se que o Artesunato não tem efeitos secundários.






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