Para a UNITA, a direcção do partido no poder, aquando da independência não curou de visionar o mosaico angolano e formatar um “projecto – país” capaz de integrar todos os preceitos culturais, costumeiros e tradições dos vários povos autóctones, antes preferindo fazer como Portugal, que é um só povo, diferente da nossa realidade.
“Derrotado o colonialismo, o MPLA preocupou-se exclusivamente em sucedê-los com ajuda dos portugueses do novo regime. Esqueceu-se dos factos que são coisas teimosas. O MPLA espezinhou os princípios e escolheu-se a si próprio, cegando o povo com demagogia.
Que princípios estratégicos o MPLA desrespeitou:
O princípio baseado nos actores:Reconhecimento da heterogeneidade dos interesses, e visões dos actores de determinado país.
O princípio baseado no território: Reconhecimento do território como comunidade especial de análise, modelado pelas relações sociais e históricas que se produzem entre actores e território.
O princípio baseado na dinâmica: Compreensão e aprendizagem da complexidade de um ambiente em constante mudança para apoiar os modelos positivos e ajudar a mitigar os padrões negativos.
O princípio sistemático: Suposição da complexidade de um contexto territorial e as interdependências dentre ente territórios.
O princípio multi-sectorial: Integração das dimensões sociais, económicas, politicas e culturais da visão que têm os actores de determinado país.
O princípio multi-nível: Integração dos diferentes níveis e escalas territoriais de um país no sistema de governo.
Princípio participativo e negociado: Consideração do país como uma arena de negociação permanente para se reforçar o diálogo e a confiança mútua, e aumentar-se o poder de negociação.
Isto é o que devia ter sido feito, mas o caminho escolhido foi da revolução crioula impondo a sua supremacia no Estado e no governo. Hoje, o autóctone assimilado é assimilado dos crioulos, os tribunais e os Juizes são dos crioulos, os generais e comissários importantes na polícia são crioulos e as promoções na hierarquia do Estado e do governo ficaram assim orientadas. Os melhores empregos são dos crioulos. Os ministérios estratégicos e o controle do dinheiro é crioulo. Os roubos avultados são crioulos e sem consequências. Os que vão parar as cadeias por pequenos roubos são os assimilados dos crioulos e o angolano de segunda.
Hoje para os crioulos o que está em causa é a defesa da sua revolução iniciada nos séculos XVIII, a de neocolonização de Angola”.
Como se vê, doravante a política indígina angolana, passará a ter dois pólos; os SULANOS e os CRIOULOS, vistos como aculturados e que desprezam os valores mais sublimes das tradições e costumes Bantu.
Caracterização do momento actual
Como ficará demonstrado neste apontamento político do secretário-geral da UNITA, o principal enfoque é não só a Constituição como ainda o Presidente da República, considerado como um líder distante do equilíbrio que, em fases de crise se espera de um chefe de Estado, na catedra do seu papel unificador e reconciliador. Mas ao que parece com o andar descarrilado do comboio, José Eduardo dos Santos, não recolhe a unanimidade de bom maquinista, por continuar preso aos ditames ideológico do seu partido.
“Quem viola a constituição é José Eduardo dos Santos o chefe da revolução Crioula. Quem defende a constituição são os angolanos de segunda através dos manifestantes. Parabéns a juventude angolana que conseguiu atrapalhar o jogo de José Eduardo dos Santos. Parabéns aos jovens da nossa terra que ainda hoje continuam a ser humilhados nas cadeias pelos crioulos que nos negam todos os direitos constitucionalmente consagrados.
A derrota democrática de José Eduardo dos Santos já começou, vejam só o dizem os seus mandatários nem propostas têm senão os de corromper como é seu costume. Aqui senhor José Eduardo dos Santos há valores, podem comprar doutores, bispos, pastores e outros assimilados, mas nunca a gente simples do povo a quem sempre pesou na história da humanidade as lutas pelas mudanças.
Os que governam mal e roubam o erário público são os crioulos chefiados por José Eduardo dos Santos. O tempo da UNITA servir de muleta para os erros do MPLA acabou. Agora, o momento é do MPLA e José Eduardo dos Santos entenderem-se com o povo. Nós como cidadãs sentimo-nos regozijados por termos participado activamente desta missão de consciencialização dos angolanos espoliados, discriminados e humilhados.
É mentira quando evocam guerras e golpes. O MPLA sabe que deste truque já milhares de angolanos foram dizimados. Foi assim com Nito Alves, foi assim em 1992, foi assim com Miala, querem mais… este tempo já passou porque de futuro tudo terá o seu peso dentro e fora do país. O MPLA sempre atribuiu aos outros o que ele é ou faz. Persistem em dizer que a UNITA é criação dos portugueses, quando na verdade são os crioulos a criação de Portugal. Hoje mentem que a estratégia das manifestações visa o adiamento das eleições, quando são eles que dizem aos embaixadores que vão adiar as eleições em 2012,evocando subterfúgios incompreensíveis.
O povo só está a pedir um verdadeiro Estado de Direito e Democrático, onde José Eduardo dos Santos saí por ter legalizado a corrupção(ver na CRA) e teimar em não fazer-se uma auditoria externa credível para posteriormente fazer-se a amnistia sobre estes crimes. Por estar a governar a mais de 32 anos e transformar o Estado como se de seu feudo se tratasse.
Aqueles que hoje gritam ou escrevem para mobilizar as pessoas para o linchamento de políticos sérios saibam que este tempo já passou.O seu tempo chegou ao fim e nós já iniciamos a construir outra Angola apartir das cadeias,a partir das victimas que ainda persistem em fazer,a partir de Partidos políticos sérios e não fantoches dos crioulos,a partir da sociedade civil credível que não se deixou vender,a partir da mobilização dos angolanos para as eleições que deverão ser preparadas pela Comissão Nacional Independente com todas as competências,sendo o ponto crítico entre os crioulos que violam a CRA e o povo que a defende.Este será mesmo o ponto crítico que nos levará para as manifestações de viragem democrática que tem no centro da sua estratégia Angola mais unida,Angola como Estado de Direito e Democrático.Angola sem descriminação, racismo ou tribalismo.
Angola sem ódio. Angola de justiça social onde não é necessário ser mais claro ou menos escuro. Angola de paz e concórdia.
José Eduardo dos Santos acabou, o seu regime terminou e as prisões que ainda fabrica são os seus últimos sinais de desespero em salvar o que não existe. Não fuja porque nunca será humilhado como o faz hoje aos angolanos. Deus abençoe a juventude angolana à quem hoje recai a parte mais difícil desta mudança”.
Aqui chegados, já não restam dúvidas que as divergências políticas, a apropriação e concentração da riqueza nacional, na mão de uma só força política, como se o país fosse uma coutada privada, tem estado a determinar esta contestação, que não parará mesmo que se prendam as pessoas, se façam batotas e outras intimidações. Seria bom que não se lançassem mais lenha para a fogueira, em nome do Senhor.
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