quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“Kopelipa” tenta corromper líderes da oposição Para aceitarem pacote eleitoral do MPLA


O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, General Kopelipa, encontrou-se em separado, no dia 22 de Novembro, com os líderes das bancadas parlamentares da oposição.

Moisés Ngola

Por instruções do Presidente José Eduardo dos Santos, o General Kopelipa foi à Assembleia Nacional e chamou Sapalo António (PRS), Ngola Kabango (FNLA) e Gabriel Samy (UNITA) para transmitir-lhes a posição de que os seus partidos têm de regressar à discussão do pacote eleitoral para garantir a legitimidade do processo. Em contrapartida, o General manifestou a disposição em compensar os líderes parlamentares e partidários com benefícios materiais e outros que reforcem os seus poderes políticos internos.
Dados os altos níveis de corrupção demonstrados pelo presidente do PRS, Eduardo Kuangana, figuras do MPLA acreditam que este ganhe coragem para obrigar o seu partido a um compromisso com a política de José Eduardo dos Santos, como o fez na aprovação da nova constituição. Kuangana é presidente do PRS há 21 anos e tem enfrentado grande rebelião interna por parte dos seus correligionários que contestam os seus acordos pessoais com o Palácio Presidencial, a sua falta de visão política e a forma errática como dirige o partido.
No caso da FNLA, parte dos incentivos para Ngola Kabango, cuja liderança partidária foi ilegitimada pelo Tribunal Constitucional, é a disposição da presidência em limitar ou retirar o seu apoio material e político ao seu rival Lucas Ngonda. Incentivos financeiros também servem para contentar Ngola Kabango.
Já a UNITA de Samakuva é mais maleável com a promessa de negociações para o retorno das suas propriedades e o incremento das ofertas aos seus deputados que sempre prestaram serviços de informação ao regime.
Com este quadro, o MPLA pensa estarem criadas as condições para se ultrapassar a rebeldia momentânea da oposição que, assim, criou um facto político de grande embaraço para os desígnios eleitoralistas do presidente José Eduardo dos Santos. Resta saber qual será a resposta definitiva dos líderes da oposição.
Fontes do MPLA lamentam, no entanto, que estas negociações não estejam a ser conduzidas pelo ministro para os Assuntos Parlamentares, Norberto dos Santos, que durante muitos anos foi membro da bancada parlamentar do MPLA e conhece bem os cantos da casa. A presença de Kopelipa na Assembleia Nacional é, para as fontes do MPLA, mais um sinal de interferência da presidência em assuntos estritamente parlamentares e um atestado de incompetência ao presidente da Assembleia Nacional, Paulo Kassoma.

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