O mundo da política indígena está agitado, face as posições dos seus mais diversos actores. Enquanto a uns se visualiza clareza nas ideias à outros se denota nebulosidade nas proposições e sugestões vertidas.
E neste rodízio indefinido aumentam as divisões e desconfianças quanto a credibilidade de homens e mulheres cuja postura deveria ser o reflexo do profissionalismo, credibilidade e isenção.
Vamos a dois exemplos:
Primeiro, Mihaella Webba que esteve na LAC, no “Café da manhã” das terças-feiras, 20.09, a conversar durante quase duas horas com o radialista José Rodrigues. Passou o esfregão e a lixívia, com elevação e urbanidade, nos marcos da lei, sobre o mais que empoeirado regime que nos atormenta desde 1975, teceu considerações muito parecidas com uma lição magistral e, para nossa surpresa, o Zé Rodrigues deixou-lhe aberta em grande as portas da explanação aprofundada, isto para nosso prazer intelectual, preciosidade rara em Angola.
Não vamos aqui repetir o que ela disse, claramente, sobre as deficiências dos nossos dirigentes, só não resistimos a mencionar a anedota que ela contou sobre a equidade da TPA.
No dia 16 de Agosto, salvo erro, num noticiário principal da TPA foi lida uma comunicação da UNITA à imprensa por Adalberto da Costa Júnior. A dita comunicação levava um mínimo de 6 a 7 minutos a ser lida e a TPA dignou-se a fazer passar 2 minutos da mesma e cortou o que lhe apeteceu cortar.
Nesse mesmo telejornal de notícias, para terminar em beleza, a TPA mostrou uma reportagem durante cerca de 5 minutos sobre um cão, que vive nos Estados Unidos, que tem as maiores orelhas do mundo, umas badanas de mais de 40 centímetros de comprimento. Evidentemente que esse assunto era, segundo a linha editorial da TPA, muito mais importante, por se tratar de “cão americano” e o outro, quiçá “cão sulano”, da oposição. Logo é mais importante, na sua visão, que o futuro político do nosso país, o que até se pode entender, pelo facto de este último não ter interesse nenhum por estar traçado previamente, com a batota já implementada por “lei” ao deferir ao Ministério da Administração do Território poderes anticonstitucionais, para conduzir o processo eleitoral, onde um dos contendores leva vantagem, em relação aos demais, por, não só, manietar todos os órgãos que deveriam concorrer com elevação e isenção, para credibilizar um processo que deveria ser transparente e isento, mas por actuar como jogador e árbitro, com a colocação de membros de confiança do MPLA à frente de tudo e todos. Mihaella foi pois uma jurista coerente com os princípios normativos do Direito e fiscalizadora ante as violações de uma Constituição atípica, caricatamente, violada pelos seus mentores. Com tudo isso o Presidente José Eduardo dos Santos é, na sua visão, a figura mais emblemática de uma fraude continuada e anunciada, por não conseguir ser o garante da Lei Mãe, ao colocar-se como parte de um problema, que deveria ser a balança. Fazer comentários para quê? Continuem… vai ser lindo!
Segundo, decidi tal é a decepção, não escrever, por ter dúvidas se valerá a pena, uma vez aqui chegado carregar muitas incertezas sobre o papel de uma associação profissional. Ao longo dos tempos, com particular realce, para os vividos nos corredores universitários, formatei a convicção de uma instituição de classe, ter como objecto principal, servir os interesses dos seus associados. Infelizmente a realidade em Angola, quanto a Ordem dos Advogados denota que alguns dos seus associados, apenas têm direitos e não deveres. Mais a direcção da OAA, cuja legitimidade não se questiona, tem sido mais sensível a queixa de terceiros do que as justificativas dos seus associados. Estranha pois que esta organização de forma repititiva, sem estar nunca no teatro dos acontecimentos e sem ouvir os seus associados, razão da sua existência, os descredibilize publicamente, para gáudio dos seus detratores e adversários. Esta postura longe de mostrar verticalidade, denota fragilidade da direcção de um órgão cuja postura, diante dos seus associados deve ser irrepreensível, recusando prestar-se a favores dúbios, que dividem os seus membros a favor de elementos marginais da classe. Mas para não vir a ser punido, por este direito de opinião, constitucionalmente consagrado, vou repetir o que disse no início, não vou falar sobre mais um comunicado da Ordem dos Advogados, a condenar publicamente seus membros, não vá o diabo tece-las e vir a terreiro um membro aproveitador do comité de especialidade e irradiar-me de Angola. Por isso não disse nada. Não tenho opinião sobre nada disso
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