Eis o fim do euro diz um antigo director adjunto do FMI, até porque os alemães e os franceses não deixarão aumentar o Fundo Europeu de Estabilização Financeira, FEEF, dos actuais 440 mil milhões de euros para os 6 biliões de euros, aparentemente necessários e segundo o que me diz a comunicação social!
Joffre Justino
Um anito o máximo, diz ele, o antigo Director, Desmond Lachman, e Ciao euro!
Bem, esta ideia de ir aumentando “às mijinhas” o valor do FEEF tem uma lógica - a da descrença na capacidade governativa dos europeus do Sul, esses perigosos mulatos de islâmicos, judeus e até, negros, (imagine-se), e portanto o ir dando os necessários empréstimos à medida da prova da aceitação do máximo rigor por parte dos mesmos!
Justa atitude?
Em parte, não nos iludamos, sem dúvida! Há que reconhecer que engordamos muito e muito depressa nestes quase 40 anos de utilização dos Fundos Europeus!
E sobretudo com uma gordura muito mal distribuída!
Mas há mais tema neste tema!
E o tema reside precisamente neste fantasma, a que decidimos todos chamar de "os mercados" !
Eles caminham inexoravelmente para a Assunção do Poder, perante uns clássicos, temerosos, frágeis, Estados Tradicionais, preocupados com a sua estrita População/tribu, com as suas fronteirazinhas e com a sua falida economiazinha e interessezinhos!
E, não duvido, a Alemanha e a França pagarão esta traição à União Europeia, esta xenofobia anti sul, com a destruição das suas economias, pois nos mercados reais as traições pagam-se com a perca dos Clientes abandonados!
Ora será este sentimento de traição que fará com que a Alemanha e a França se rendam, ficando ao par com os já rendidos - os restantes Estados da fracassada União Europeia, pois os cidadãos destes Estados, provavelmente já inexistentes, não comprarão mais alemão e francês, nem estarão muito dispostos a servi-los com simpatia, nos turísticos tempos de lazer!
Nessa altura, restarão "os mercados" para dominar e usufruir do Poder conquistado na "parte civilizada" do Mundo e desta vez sem quaisquer "danos colaterais", a não ser claro, os que Não contam - os Pobres que também existem nos países Ricos!
Mas, como digo, esses Não contam!
Não e assim?
E reparemos.
O Tesouro americano afirma que a S&Poors na análise que fez dos EUA, se enganou em dois biliões de dólares, e esta reconhecendo que sim senhor se enganou, não altera em nada a cotação que deu, em baixa claro, aos EUA, e afirma ainda, "...o plano de consolidação orçamental fica aquém do que, na nossa perspectiva...", e pronto!
Como vêem,
a) Há mais Estado que os Estados Tradicionais
b) Os Estados tradicionais, todos eles, até os EUA, vergam a este Novo Estado, que Não tem População, nem Fronteiras, não tem custos portanto, mas que tem um modelo de Soberania Novo, centrado no Poder Financeiro e no carácter fantasmagórico e planetário da sua intervenção
As Agencias de Notação na verdade vivem de quê?
Qualquer jogador de póquer, desde o mais virgem na matéria, diria logo - do bluff e da capacidade em o fazer!
Sem mais.
Já o escrevi - eis a Globalização totalitária no seu maior esplendor!
O que não quer dizer que a Globalização seja só isto, este desconchavo…
O que é verdade é que os Estados Tradicionais surgem, como uma pequena, muito baixa, alternativa à mesma, sem jogo de cintura, sem coragem, sem fulgor, vivendo ainda no tempo da revolução termonuclear, como diria Darcy Ribeiro, e Não procurando sequer entender esta nova revolução Tecnológica, centrada na velocidade da Informação e no Saber.
Enfim, brincamos,
Uns à sustentação de um status quo que já foi e Outros às revoluções que já foram, pois os tempos e as especificidades sócio económicas e sócio politicas são, radicalmente, outras.
Assim, face á Economia Global e ao Poder Global só pode haver uma contrapartida - a luta pela Democratização no seio destas Globais Relações, unindo esforços, todos os esforços possíveis, entre os que queiram manter a Democracia de pé, pois a Democracia do Voto, sem a Democracia da Participação, no todo da Vida Humana, política, social e económica, é pura fantochada.
Eis porque urge Regulamentar este global sector, o das Agencias de Notação, porque a sua Regulamentação é determinante para uma Democracia Global que hoje não existe.
Eis porque não perdeu oportunidade a Assinatura da Petição pela Regulamentação das Agencias de Notação, o que podem fazer emhttp://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N6501
* jjustino@epar.pt
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