Os jovens que têm estado a liderar o movimento de contestação contra as políticas do governo, foram aliciados para abandonarem a sua causa, por parte do regime, conforme denuncia feita em nota chegada a redacção do F8.
“Vimos por meio desta tornar público à Sociedade Civil, à Comunidade Internacional, ao Povo Angolano e a todas Forças Vivas da Nação que do dia 24 ao dia 31 de Agosto do corrente ano, estivemos envolvidos numa espécie de negociação com o executivo angolano, onde o adiamento da Manifestação ora convocada para o dia 3 de Setembro, era o ponto fulcral e cuja cedência equivaleria em compensação entre outras regalias, um valor monetário de 270 mil dólares americanos e 8 viaturas“; lê-se na nota.
Por outro lado, dizem os negociadores que “Volvidos os dias de propostas e contra-propostas (uma das nossas contra-proposta constava baixar as propinas de todas as Universidades do país até 150 dólares), decidimos manter a nossa posição firme e "Inegociável a Realização da Manifestação". Portanto, ao dia 31 de Agosto (quarta feira), decidimos resolutamente pôr fim as negociações e terminantemente declarar imparável a realização da Manifestação Pública e encerrar toda e qualquer possibilidade de negociação“.
E com esta saída das negociações os manifestantes consideram estar a correr perigo de vida, porquanto “esta posição dura e determinada, coloca-nos sob o perigo de vida não só a nós mas a todos àqueles que se revêem na nossa causa, pois temos bem em mente como tem sido a actuação do regime MPLA-JES contra aqueles que não querem baixar a guarda e decididamente lutam pelo povo, vários são os exemplos que a história guarda memória. Assim sendo e como já referimos acima, vimos informar que qualquer ameaça à integridade física, morte, desaparecimento, espancamento, detenção ou qualquer outra crueldade contra: Gaspar Luamba [Luamba], Afonso Mayenda João [Mbanza Hamza], Alexandre Dias dos Santos [Libertador], Dionísio Casimiro [Carbono], Urbano Gaspar [Urbano], Pandita Nerú [Pandita], Luaty Beirão [Brigadeiro Matafrakuxz], Diana Pereira [Diana]; Adolfo André [Adolfo], Massilon Chindombe, Tó Martins
Andrade da Silva [Sábio], Rui Salvador [Shory].
Entretanto tudo isso se deve a desigualdade na distribuição da riqueza gerada em Angola, sem que o crescimento económico se reflita na vida dos angolanos é o mote para a manifestação marcada para 03 de Setembro em Luanda, segundo Manifesto Público.
“Vivemos já nove anos de paz e ainda são alarmantes os nossos serviços de saúde e educação, o crescimento económico não se reflete em nossas vidas, o índice de desemprego, analfabetismo e desenvolvimento humano ainda é preocupante”, lê-se no texto de apresentação do documento.
Os organizadores apresentam-se como “um grupo de jovens, membros da sociedade civil de vários estratos sociais que dentro dos parâmetros da Constituição tem vindo a exercer pressão sobre os líderes políticos angolanos”.
O Manifesto Público é assinado por quatro jovens, Gaspar Luamba, Afonso Mayenda João, Alexandre Dias dos Santos e Dionísio Gonçalves Casmiro, todos eles ligados a anteriores iniciativas de contestação pública do regime angolano, com as manifestações de 07 de março, frustrada pela polícia que deteve cerca de 20 pessoas, e de 02 de abril, acompanhada à distância pelas forças policiais, ambas realizadas no Largo da Independência.
Dionísio Gonçalves Casimiro, popularmente conhecido como "rapper" Carbono Casimiro, tem sido o porta-voz do grupo.
Segundo estes jovens, “não se faz sentir a opinião pública nas leis e resoluções aprovadas, é diminuto o acesso ao crédito habitacional, são desumanos os despejos forçados e são constantes as violações dos direitos humanos e da Constituição da República”.
A manifestação que estão a preparar está marcada para o início da tarde de 03 de setembro no Largo da Independência e o alvo é o Presidente José Eduardo dos Santos, a quem acusam de estar há 32 anos no poder “sem nunca ter enfrentado um voto democrático”.
Citando os dois primeiros artigos da Constituição angolana, que estabelece que “Angola é uma República soberana e independente, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade do povo angolano” e caracteriza o país como “Estado Democrático de Direito”, os organizadores exigem o cumprimento de sete pontos.
Nos dois primeiros é exigida a “retirada do Presidente Eduardo dos Santos do poder e do seu Executivo” e a “retirada da imagem do Presidente Eduardo dos Santos e de António Agostinho Neto do dinheiro e do bilhete de identidade”.
Nos pontos terceiro, quarto e quinto, as exigências são a revisão do artigo da Constituição que estabelece a eleição do chefe de Estado por via indireta, a “distribuição equitativa da riqueza do país”, e a “despartidarização das instituições públicas e dos órgãos de comunicação social”.
A criação de uma Comissão Nacional Eleitoral Independente e “que se exerça justiça e igualdade social a todos os níveis e à escala nacional”, são os dois últimos pontos do Manifesto Público.
a força e a coragem desses jovens inspira-nos a correr atraz de um direito que é nosso, a liberdade de expressão. E mesmo distante deles, movemos os nossos paus a favor dessa e de outras causas. A luta continua e a vitória deixou de ser o nosso alvo, só queremos um espaço para respirar! só queremos um espaço para respirar!
ResponderExcluirforca d vontade rompe obistaculo se tu lutas tu comquista
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