A lei 7/78 dos Crimes Contra a Segurança do Estado de 10 de Junho de 1978 é o nosso Alcorão.
E por aqui os nossos diferendos e diferenças democráticas decidem-se pacificamente… com uma bala na cabeça. E o Politburo especializou-se na criação destas misérias. A principal, a miséria da populaça é proporcional ao nosso tempo no poder. E quanto mais tempo, mais miséria. Também não temos mais nada para oferecer, e mais também não sabemos como.
A selva angolana adensa-se. Angola não é um país, é uma agência funerária. As massas são o ponto de partida de uma viagem sem regresso.
Já aconteceu um salmo português, outro revolucionário russo e cubano. Agora é ainda outro salmo da gloriosa revolução chinesa. A China cria empregos para os seus desempregados, e desemprega os angolanos. Impõe a sua mão-de-obra escrava. Querem pão?! Comam batata-doce!
Eis o sonho de uma noite tropical acorrentada
Ah! Estes punhais revolucionários
tão exangues, nunca sedentos de internacionalismos
sanguinários
de batalhas inglórias
perdidas para aí nos milhares que serão milhões
de casebres desmantelados
de punhais tão corrompidos, tão desviados
cravados nas margens das contas
bancárias além-mar, além-túmulo
Que paraíso este, só para revolucionários
Estaline vive!
Vamos destruir Angola!
A questão não é a nossa formação
é a nossa revolucionária actuação
Vale-tudo, até com a mais facílima aptidão facínora assassinarem-se opositores na garantia da impunidade, comprometendo o incêndio nacional. Hoje matamos, amanhã matam-nos. Quanto mais o poder se torna férreo, muito depressa enferruja, os abutres sabem-no. Quando um poder sobrevive de assassinatos não governa um país, desmanda numa morgue. O inimigo do próprio governo é ele mesmo. Governar sobre a lei de Lynch é linchar-nos, impor-nos o terror eterno de 1975. O tempo passa e a palavra nação vai desaparecendo, terminando no esquecimento. De facto e de jure já não é nação, é um matadouro municipal, nacional.
Angola, o país produtor de petróleo número um – primo em tudo – da África, tem fartos números de ratos humanos a vasculharem os caixotes do lixo postados nas ruas. Como é isso?! Quem é que continua o pagamento do alimento do seu falso PIB?! Que país inventam neste falso noticiário revolucionário? Esta revolução faz-se nas traseiras dos prédios, agora só pintados de frente, e por isso mesmo nunca nas traseiras, estão fechadas com construções anárquicas, e quando há incêndios, que é o que não faltam, atentem para os incendiários revolucionários… é deixar arder. O fogo sente-se contente porque os bombeiros não conseguem chegar ao local do incêndio. A FRELIMO incendiou Moçambique e os moçambicanos. É curioso que a linguagem que o MPLA utiliza é a mesma que a FRELIMO utilizava antes dos tumultos em Moçambique, e o MPLA desintegra Angola e os angolanos. No dia 5 de Setembro de 2010, dia dedicado ao São Roque, dia da erupção da segunda revolução. No dia anterior da grande espoliação no Roque Santeiro, os espoliados já assaltavam suportados por machados e catanas.
O MPLA vulcanizou Angola. Deixem-se é de conversas e paguem as promessas que não conseguem cumprir. Ou já se deseducaram que estão no poder porque foram eleitos?
Claro que procuramos bodes expiatórios para a nossa espectacular incompetência. A população angolana depende em absoluto das religiões instaladas em Angola. Sendo uma população escrava da religião, não depende em nada do partido único que ainda desgoverna. E a miséria da população deve-se à insistência da submissão da superstição dos deuses igrejeiros. Basta os sacerdotes desejarem e a miséria das populações termina. Mas rejeitam porque à religião e à política convêm-lhes que as massas religiosas se fanatizem e não se politizem. Quanto mais burros, mais dependentes, mais subservientes. O que interessa são mais santuários, para mais servidão, mais escravidão.
Por vezes imagino-me como Tarzan na noite, na angolana selva profunda preparando-se para dormir, e sai sempre a constante preocupação: será que mais esta noite os guinchos bantus não me deixarão dormir sossegado? Sendo o tempo eterno, não compreendemos porque andamos sempre apressados, revolucionados. Quem estraga a imagem de Angola são os bajuladores novos-ricos que não sabendo como gastarem o dinheiro, fazem-no então por mil tropelias enredados no filme Ordens Superiores, para desgraçarem os espoliados inferiores sem direito a uma gota de petróleo no solo angolano que é de todos e não de alguns.
Com a extinção do Roque Santeiro, Luanda desaparece e quiçá Angola. Quer dizer, ando vinte e dois quilómetros para ir no Panguila, numa via insegura para fazer compras. E com o aumento (só em Angola) duma assentada em cinquenta por cento nos combustíveis. Antes da grande tragédia em Moçambique, Angola também se lhe ajusta, está tal e qual.
Vós para dormirdes tranquilos necessitais de um exército de seguranças intranquilos numa cidade muito insegura, e cada vez mais uma selva endeusada que engole a república democrática das bananas de Luanda e Angola. E as sobras da população pela fome perecerão. De modos que já não é uma independência, é um senhor feudal com poder de vida e morte sobre os seus súbditos, como num gigantesco circo romano lançando a população às feras. E imensos dias tumultuosos e atrozmente incertos nos esperam. Não sei que concepção se faz de um pais que nunca apresenta contas. Uma coisa é incerta: o continuar a investir na incerteza. O MPLA não é o povo angolano. O MPLA é ou deveria ser apenas um partido político. E os donos de Angola são o povo angolano. O petróleo e os diamantes são do povo.
Eis outro sonho de uma noite tropical acorrentada
Tudo o que é ilegal
tem respaldo legal
O mwangolé embarcou no sonho
da liberdade alcoólica
Na liberdade do mwangolé está o álcool
Que ditosa pátria esta
que só produz alcoólicos
Depois lamentam-se que os estrangeiros
se apoderam de Angola
Venham! Venham estrangeiros e invistam
no paraíso que é Angola
Milhões de desperados vos esperam
Ó comité de especialidade dos assassinatos messiânicos
as próximas vítimas saúdam-vos no Inferno
Este navio está pronto
o comandante não!
E os punhais da revolução enferrujaram
de tão corroídos e corrompidos nunca mais os encontraram
Paro, escuto, olho, e só vejo trabalhadores chineses. Os trabalhadores angolanos andam por aí cangaceiros.
upanixade@gmail.com
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