sábado, 17 de setembro de 2011

No Huambo. Dos Santos pede aos angolanos que construam melhor o que deixaram os portugueses e foi destruído pela guerra

O Presidente, José Eduardo dos Santos, pediu no 30.08 aos angolanos, no Huambo, centro do país, para que construam melhor do que construíram os portugueses no tempo colonial o que foi destruído pela guerra.
O chefe de Estado dirigia-se a milhares de pessoas que esperavam para o ver, num largo defronte ao governo provincial do Huambo, no planalto central, região á qual o Presidente já não se deslocava desde 2003. Segundo ele, “muita gente não acreditava que o comboio apitaria tão cedo na cidade do Huambo”.
O Presidente deslocou-se ao Huambo para inaugurar o troço ferroviário do Caminho de Ferro de Benguela, que liga Benguela aquela cidade do centro de Angola, uma linha inoperacional há mais de 20 anos. “Quando destruíram a via férrea partiram tudo, os carris, as estações, colocaram minas anti-pessoais, anti-tanque na extensão da via férrea, pensaram que levaríamos dezenas de anos para restabelecer a via e a circulação entre o Huambo, Benguela e Lobito, mas os que pensaram assim enganaram-se, porque afinal construímos tudo de novo”, afirmou José Eduardo dos Santos.
O Presidente disse ainda à população, numa intervenção de improviso, que “o que havia antigamente no tempo colonial era bom para aquele tempo”, mas hoje o Governo construiu novamente a linha férrea e as estações e de forma mais moderna.
“Temos hoje uma linha férrea mais moderna, mais capaz de suportar as cargas e transportar mercadorias e passageiros e assim é que deve ser. Os portugueses trabalharam para si no tempo colonial, nós estamos a trabalhar para nós próprios. Como eu disse, no Huambo a guerra destruiu, criou desolação, muito sofrimento, mas estamos em paz”, sublinhou.
José Eduardo dos Santos frisou que fez questão de estar pessoalmente nesta data “memorável”, por “acreditar na força e dinamismo dos trabalhadores e das populações do Huambo”. “Algumas pessoas pensaram que viria uma delegação de Luanda, sem mim, mas eu fiz questão de vir e estar aqui convosco nesta data memorável”, sublinhou.
Antes de pedir aos jovens que se interessem pela profissão ferroviária e que frequentem cursos técnicos e de formação profissional, José Eduardo dos Santos lembrou que a próxima meta do Caminho de Ferro de Benguela é chegar à província do Bié, do Moxico até à fronteira.
“E foi mesmo por isso, que os engenheiros, técnicos, trabalhadores especializados, mesmo os mais velhos, alguns com mais de 60 anos, que estão no Caminho de Ferro de Benguela trabalharam dia e noite, com uma equipa chinesa também capaz, para hoje termos a alegria de trazer até aqui o comboio”, salientou.
O Presidente disse ainda que “o país tem que ir para a frente, tem que caminhar”.
Além de inaugurar o novo troço do CFB, no Huambo, José Eduardo dos Santos presidiu também à reinauguração do aeroporto local, Albano Machado.
O Caminho de Ferro de Benguela, construído no século XIX, tem uma extensão de 1347 quilómetros e atravessa ainda as províncias do Huambo, Bié e Moxico, chegando até à fronteira com a Zâmbia.
No tempo colonial tinha um total de 14 mil trabalhadores e atualmente emprega apenas mil.

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