domingo, 4 de julho de 2010

Ecclesia I


“Houve um período da nossa história (1975-2002) em que a Igreja teve um papel imprescindível em defesa do povo e no processo de democratização. Um período em que a Igreja manifestou de forma clara a sua missão profética.” Porém, depois de 2002 temos vindo a assistir a uma degradação permanente daquilo que é essencial e conatural na Igreja, a MORAL, e a vislumbrar a perca de valores e uma consequente desmoralização. Não vale a pena andar à procura do Diabo, a razão deve-se, pelo essencial, à diminuição substancial das doações externas para a Igreja, o que levou a Caritas e as Dioceses a terem graves dificuldade financeiras.

É claro que o grupo dominante não se coibiu de aproveitar este período de penúria financeira para se substituir aos doadores externos. Com uma ligeira diferença, é que este doador tinha por objectivo submeter a Igreja aos seus interesses. E, como azeite em água, mais tarde as coisas vieram à superfície. Soube-se que por via da Sonangol, o grupo dominante patrocinou a reabilitação de escolas, postos de saúde, pagou cerimónias festivas para ordenações episcopais, deu carros e outros bens aos bispos. E, no seguimento lógico desta aproximação, muitas Igrejas abriram os seus púlpitos para permitir que deputados do grupo dominante falassem aos fiéis. Isto sem falar do bispo do Cunene, Dom Kevano, presente na campanha do "M", sem esquecer o padre Apolónio Graciano, que chegou ao cúmulo de dizer nas suas homilias, dignas dum autêntico comissário politico do partido-Estado, que em Angola não há pobres porque as pessoas têm Rav4, telemóveis e parabólicas, e relembrando a inútil decisão da Rádio Ecclesia, ao proibir quenão consagrados na ordem comentem assuntos nos seus programas.

Mas a direcção da Rádio Ecclesia não se ficou por aí, também censurou o programa Discurso Directo, que devia transmitir, em reposição, extractos da comunicação feita por Marcolino Moco em Benguela e “deslocou o cientista político, Nelson Pestana Bonavena, quer dizer, expulso-o do Instituto Superior João Paulo II, pertencente à Igreja Católica pelo facto de ser uma personalidade crítica ao regime.

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