sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Natal antecipado para o MPLA



Como de costume por esta altura do ano, o Folha 8 faz alusão à mentirazinha tradicional, nos dias de hoje tão inútil como ridícula, da fundação do MPLA a 10 de Dezembro de 1956.

ANTÓNIO SETAS

Mas, para consolo dos camaradas mais ortodoxos - no sentido do seu respeito cego pelos dogmas, inquestionáveis, mesmo que “cegos” possam ver que são falsos – o Folha 8 avança aqui e agora uma solução elegante que vai permitir celebrar a efeméride do 10 de Dezembro de 1956 com a requisitada dignidade por todos os militantes do MPLA.
Retomando as palavras de Mário Pinto de Andrade que dizia, «É impossível determinar a data exacta da criação dos partidos políticos...muitas vezes essas coisas passam-se à volta de uma mesa de café(...)» e, baseando-nos no testemunho de Joaquim Pinto de Andrade , «Pode-se dizer que o MPLA foi concebido em Janeiro de 1960 em Tunis e nasceu em Junho do mesmo ano(...)», o que é, de facto, a única verdade possível. Mas o Folhinha propõe um entorse pequenino à verdade histórica e considera, sem totalmente faltar à verdade, que o MPLA, se calhar, até foi concebido a 10 de Dezembro de 1956, provavelmente à volta de uma mesa, talvez de café, durante um bate-papo a propósito do manifesto escrito pelo Viriato da Cruz, nessa altura (1956) militante do PLUAA, no qual esse estratego aludia, ipsis verbis, à necessidade de criar «(...)um amplo movimento popular de libertação nacional».
Ora, o único problema é a própria frase escrita por Viriato: é que, quando ele escreve que há necessidade de criar um partido, como pode então ser ele necessário, se já existe, ou se, nessa data, precisamente, ele nasce?... Ao escrever esta simples frase ele anula todas as hipóteses de a data de fundação do MPLA ter sido a do manifesto. Manifesto esse que nem sequer era do MPLA, mas do PLUAA! Mas não faz mal, fica assim... Tal como o Natal é data simbólica do nascimento de Jesus Cristo, o Natal do MPLA é a 6 de Dezembro, portanto, um pouco atrasados, aqui vão os nossos votos de Feliz Natal! O outro Natal, o cristão virá para completar o vosso É fartura, como em tudo, tudo a dobrar pra vocês.

Um comentário:

  1. o nosso governo deve velar sobre todos os angolanos, tanto os locais como os que estam na diaspora! precisamos de apoio do nosso governo para ultrapassar certas dificuldades como a documentacao pro os angolanoa da diaspora. o desemprego.
    uma coisa bem sei que a nossa terra é rica. mas porque o povo é pobre? ou somos roubados ou nao sabemos gerir a nossa riquesa!

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