quinta-feira, 1 de março de 2012

Universidades “Pimpas” há muitas


O docente da Universidade Metodista de Angola Carlos Francisco afirmou hoje, em Luanda, que o papel das universidades já se faz sentir de forma positiva na produção de subsídios científicos, com aplicabilidade em vários domínios de desenvolvimento do país. Em declarações à Angop, o responsável reconheceu que o país teve elevadas dificuldades para a produção de investigação científica, logo após a independência nacional, fruto da escassez de quadros e instituições de ensino. Todavia, afirma, “Hoje nota-se um maior investimento no que diz respeito à elevação dos níveis de ensino, sobretudo a nível dos mestrados, pós graduação e doutoramentos, o que acaba por fazer com que haja maior produção das próprias universidades e dos quadros saídos dessas instituições”, referiu. O investigador científico referiu que, apesar de relativa evolução neste sentido, as universidades devem continuar a trabalhar para que haja cada vez mais produção científica Pouco faltou para dizer que o mundo deve a Angola o produto das suas investigações científicas. Banga em todo o seu esplendor.
Fonte: Angop


Os nossos estimados leitores, se por acaso tiverem acesso ao texto a que nesta página fazemos alusão, ao acabar de proceder à sua leitura das declarações do ilustre Carlos Francisco, irá certamente pensar que o mesmo está a referir-se a outro país qualquer, menos Angola. As Universidades contribuem para o desenvolvimento do país? Isso era no tempo da geração da utopia, onde se sonhava com paraísos terrestres sem ser necessário dinheiro para aí chegar. A verdade é que hoje, em Angola, a Universidade virou comércio para gente com dinheiro, investidores, generais e até comerciantes. Qualquer gato pingado que tenha beneficiado duma fezada, ou, porventura, tenha herdado da sua rica mãe, tio, tia, avô ou avó, sonha em abrir uma universidade.
Resultado, aparecem por aí universidades à toa. Primeiro: quase nenhuma delas tem instalações condignas; segundo: não têm sequer centro de produção e pesquisa, onde se poderia divulgar os resultados das pesquisas e encaminhar aos organismos institucionais; terceiro: o corpo docente, insuficiente e com sérias lacunas de pedagogia. Resumindo e concluindo, podemos dizer que o professor Carlos Francisco quando afirmou que as Universidades contribuem para o desenvolvimento do país, não estava a falar de Angola.

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