«Fraude
monumental com apoio russo
Quem decidiu as
eleições em Angola, nomeadamente a percentagem de votos que cada partido ou
coligação teria, foi a Casa Militar do Presidente da República em estreita
colaboração com Moscovo. O Povo e os observadores foram meras figuras
decorativas.
ORLANDO CASTRO
http://altohama.blogspot.com
Os milhares de
observadores internacionais às eleições em Angola confirmaram a democraticidade
do acto. Bem, não foram milhares, foram centenas. Centenas também será um
exagero. Fiquemos pelas dezenas. Ou, melhor, foram meia dúzia.
Para além de
ficarem nos melhores hotéis (ninguém lhes pagou para ir ao país profundo ou
para indagarem sobre o que se passou do lado de lá da cortina... de ferro) e
comerem do bom e do melhor (se não fosse para isso o que é que iriam lá
fazer?), estiveram sempre – honra lhes seja feita – na primeira fila.
E estiveram na
primeira fila para, dizem, ver tudo o que se passava. Além disso a sua
localização estratégica permitiu que todos os vissem.
Foram espertos.
Pelo contrário, os competentes na arte de ganhar eleições ficaram lá atrás. Não
foram vistos, mas viram tudo o que se passava. E, mais do que isso, viram bem
antes das eleições. Muito antes.
De facto, e como
era esperado pelo regime angolano, na primeira fila de observação está sempre a
subserviência, colectiva ou individual.
Os que sabem
tudo, esses estão na primeira fila. Cá atrás não estiveram os observadores. E
não estiveram porque se o fizessem poderiam, mesmo que involuntariamente, ver o
que se passava de facto. E se vissem seria uma chatice não relatar. Além disso,
o grosso da fraude não se passou mas mesas de voto. Passou-se no centro
(nevrálgico) do controlo informático, sob as ordens de especialistas russos.
É por isto que
os observadores eleitorais estiveram sempre na primeira fila. Todos sabiam quem
eles eram e ao que iam. Se calhar poderiam passar despercebidos e, dessa forma,
ver melhor a realidade. Mas não era para isso que eles lá estavam.
E para um
observador que se preze, o silêncio é uma regra de ouro. E se a isso conseguir
juntar a cegueira, então é o diamante no cimo dos dólares.
Como lhe
competia, o MPLA só deu luz verde aos observadores que entendeu. A União
Europeia passou de 100 em 2008 para 2 (dois) em 2012. A CPLP conseguiu resolver
a questão com 10 (dez). Apesar da redução numérica, o regime colocou como
condição sine qua non serem invertebrados, corruptos e cegos.
Quem melhor, por
exemplo, do que Pedro Pires para chefiar a Missão de Observadores da União
Africana? Não foi ele quem em 2001 ganhou as eleições presidenciais
cabo-verdianas à custa de uma fraude?
No entanto, a
fraude não se limitou ao acto do colocar o voto na urna. Começou antes, bem
antes. Tão antes que ninguém da oposição conseguiu a tempo e horas (como,
aliás, estava previsto na lei) saber o que se passava com os cadernos
eleitorais.
Por alguma razão
as pessoas que o regime entendeu serem as mais credenciadas para as mesas e
assembleias de voto foram membros da JMPLA e do SINFO, aparecendo alguns destes
como sendo indicados pelos partidos da oposição.
Aliás, quem
decidiu as eleições, nomeadamente a percentagem de votos que cada partido ou
coligação teria foi a Casa Militar do Presidente da República, com destaque
para Hélder Vieira Dias, Kopelika, mas com o contributo dos generais
Fernando Alberto Araújo e Rogério Saraiva.
Pela via
informática/electrónica, montada há meses por técnicos russos, os resultados
recebidos foram convertidos na linguagem já estabelecida, razão pela qual
muitos dos resultados apurados in loco nas assembleias de apuramento não
coincidem com os divulgados pela CNE.
E, em muitos
casos, a culpa nem é da CNE que, de facto, divulga os dados que recebe e que
julga terem origem nos centros de escrutínio. Mas não. Os enviados desses
centro vão parar ao comando russo que os converte e reenvia para a CNE.
Seja como for,
nada disto e do muito que continua no segredo dos deuses do MPLA, com
assessoria russa, importa à comunidade internacional que, tal como os
angolanos, foi comida de cebolada.»
os angolanos não acreditam nos dados da CNE ... A verdade deve ser divulgada para todos angolanos saberem quem é o causador do seus problemas. viva a verdadeira democracia.
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