quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Títulos de capa do FOLHA 8, edição número 1112 de 15 de Setembro de 2012




Brancos deram cartão vermelho ao MPLA

Exceptuando os aliados fantoches
CNE deixou de ser órgão credível a nível interno e externo

Tensão cresce depois do pleito (eleitoral)
Ardina mais dinâmico é barbaramente espancado por dois indivíduos mascarados.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Títulos de capa do FOLHA 8, edição número 1111 de 08 de Setembro de 2012




Sílvio Burity. Director das Alfândegas
O Tribunal de Contas e a Procuradoria-geral da República deviam confirmar porque razão o Director Burity em tempo de bonança aufere 100 mil USD/mês.

Técnicos do SINFO alteraram actas
CNE acusada de cumplicidade na adulteração das actas.
Poderão ser apresentadas provas de adulteração das actas pelos SINFOS.

William Tonet felicita dos Santos
Parabéns presidente pela vitória atípica.

Russo Gaydamak entre as armas e a corrupção
Traficante de armas “mandou” em Angola.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Valores "soviéticos" em munícipios angolanos causam estranheza


A vitória esmagadora do MPLA em muitos municípios angolanos suscita dúvidas aos analistas. Já a vitória da UNITA, noutros municípios, é sinal que os eleitores começam a mostrar sinais de cansaço face ao governo do MPLA. 

http://ndhaneta.blogspot.pt

Os resultados das eleições angolanas evidenciam algumas tendências novas no cenário político. De acordo com dados da Comissão Nacional de Eleições, o MPLA, o partido no poder, venceu com grande maioria em todas as províncias, chegando mesmo a ter mais de 95% dos votos em vários municípios. Por exemplo, no Cuito Cuanavale, Nancova, Gonguembo, Conda, Cahama, Curoca e Quipungo, Cahiombo, Marimba, Lucuano, Bibala, Camacuio, Virei e Santa Cruz.
Qual será a explicação para estes números quase “soviéticos”? Uma pergunta para a qual o analista político Orlando Castro não encontra uma resposta lógica. "Não me admira que o MPLA tenha este resultado. Até me admira que no Andulo, no município do fundador da UNITA, Jonas Savimbi,aí não conseguiram ganhar, mas por pouco. Há coisas que não são racionalmente explicáveis".

Oposição dividida em Cabinda 

Também falta uma explicação para o alto nível de votação na província de Cabinda, onde os movimentos independentistas prometeram um boicote às eleições. E a juntar-se a este calcanhares de Aquiles do governo do MPLA , a CASA-CE foi uma revelação no centro da discórdia.
"Os movimentos estão divididos aliás historicamente sempre estiveram divididos", aponta Orlando Castro, "ainda não emergiu uma figura que possa congregar em Cabinda a insatisfação da população local, que é maior do que a insatisfação em Angola. A população de Cabinda dividiu-se pelos partidos existentes”.
Já a UNITA, o maior partido da oposição, ficou quase sempre em segundo lugar, mas muitas vezes com diferenças abismais face ao MPLA. Conseguiu a primeira posição nos municípios de Andulo, no Bié, e Mavinga, no Cuando Cubango e Cacuaco, em Luanda.

Perda de simpatia popular do MPLA explica bons resultados da UNITA

Contrariando as expectativas a UNITA não conseguiu o primeiro lugar no Bailundo, Huambo, que já foi um dos seus bastiões. Os bons resultados deste partido, embora em pouquissímos lugares, tem origens externas, de acordo com Orlando Castro.
"O MPLA estará a perder alguma simpatia popular. Creio que os 18, 19 por cento que a UNITA obteve nestas eleições devem-se mais ao demérito do MPLA do que ao mérito da UNITA e dos outros partidos”.
O PRS não tem motivos para se considerar muito satisfeito neste escrutínio. Perdeu alguns assentos no Parlamento, todavia na Lunda Sul contrariou a UNITA e ficou quase sempre em segundo lugar. Desta vez também factores externos terão ditado esta posição, embora pela negativa, explica Orlando Castro. "O PRS não se saiu bem. O seu eleitorado coincide com o da CASA-CE, e como a CASA-CE representava um projecto inovador e alternativo conseguiu roubar o eleitorado do PRS”.
O nível de abstenções deverá rondar os 40%, segundo dados não oficiais. O desencantamento da população será a provável causa da não comparência às urnas. Se comparados com os níveis de abstenção das eleições anteriores, em 2008, o número quase duplicou. Os votos em branco, de acordo com a CNE, passam os 3,5%. Deutsche Welle

Autora: Nádia Issufo
Edição: Helena Ferro de Gouveia / António Rocha
Imagem. advivo.com.br

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Alto Hama suspende publicação


Por razões mais ou menos pessoais (que a razão conhece mas que, por agora, omite) o Alto Hama é obrigado a suspender a sua publicação. Tão rápido quanto possível, e se for possível, voltará à ingénua luta de pôr o poder das ideias acima das ideias de poder. Obrigado.
In Orlando Castro
http://altohama.blogspot.com/

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Como se não bastasse a máfia chinesa, a máfia russa entra em acção em Angola. (Título deste blogue)




«Fraude monumental com apoio russo
Quem decidiu as eleições em Angola, nomeadamente a percentagem de votos que cada partido ou coligação teria, foi a Casa Militar do Presidente da República em estreita colaboração com Moscovo. O Povo e os observadores foram meras figuras decorativas.

ORLANDO CASTRO
http://altohama.blogspot.com

Os milhares de observadores internacionais às eleições em Angola confirmaram a democraticidade do acto. Bem, não foram milhares, foram centenas. Centenas também será um exagero. Fiquemos pelas dezenas. Ou, melhor, foram meia dúzia.

Para além de ficarem nos melhores hotéis (ninguém lhes pagou para ir ao país profundo ou para indagarem sobre o que se passou do lado de lá da cortina... de ferro) e comerem do bom e do melhor (se não fosse para isso o que é que iriam lá fazer?), estiveram sempre – honra lhes seja feita – na primeira fila.

E estiveram na primeira fila para, dizem, ver tudo o que se passava. Além disso a sua localização estratégica permitiu que todos os vissem.

Foram espertos. Pelo contrário, os competentes na arte de ganhar eleições ficaram lá atrás. Não foram vistos, mas viram tudo o que se passava. E, mais do que isso, viram bem antes das eleições. Muito antes.

De facto, e como era esperado pelo regime angolano, na primeira fila de observação está sempre a subserviência, colectiva ou individual.

Os que sabem tudo, esses estão na primeira fila. Cá atrás não estiveram os observadores. E não estiveram porque se o fizessem poderiam, mesmo que involuntariamente, ver o que se passava de facto. E se vissem seria uma chatice não relatar. Além disso, o grosso da fraude não se passou mas mesas de voto. Passou-se no centro (nevrálgico) do controlo informático, sob as ordens de especialistas russos.

É por isto que os observadores eleitorais estiveram sempre na primeira fila. Todos sabiam quem eles eram e ao que iam. Se calhar poderiam passar despercebidos e, dessa forma, ver melhor a realidade. Mas não era para isso que eles lá estavam.

E para um observador que se preze, o silêncio é uma regra de ouro. E se a isso conseguir juntar a cegueira, então é o diamante no cimo dos dólares.

Como lhe competia, o MPLA só deu luz verde aos observadores que entendeu. A União Europeia passou de 100 em 2008 para 2 (dois) em 2012. A CPLP conseguiu resolver a questão com 10 (dez). Apesar da redução numérica, o regime colocou como condição sine qua non serem invertebrados, corruptos e cegos.

Quem melhor, por exemplo, do que Pedro Pires para chefiar a Missão de Observadores da União Africana? Não foi ele quem em 2001  ganhou as eleições presidenciais cabo-verdianas à custa de uma fraude?

No entanto, a fraude não se limitou ao acto do colocar o voto na urna. Começou antes, bem antes. Tão antes que ninguém da oposição conseguiu a tempo e horas (como, aliás, estava previsto na lei) saber o que se passava com os cadernos eleitorais.

Por alguma razão as pessoas que o regime entendeu serem as mais credenciadas para as mesas e assembleias de voto foram membros da JMPLA e do SINFO, aparecendo alguns destes como sendo indicados pelos partidos da oposição.

Aliás, quem decidiu as eleições, nomeadamente a percentagem de votos que cada partido ou coligação teria foi a Casa Militar do Presidente da República, com destaque para Hélder Vieira Dias,  Kopelika, mas com o contributo dos generais Fernando Alberto Araújo e Rogério Saraiva.

Pela via informática/electrónica, montada há meses por técnicos russos, os resultados recebidos foram convertidos na linguagem já estabelecida, razão pela qual muitos dos resultados apurados in loco nas assembleias de apuramento não coincidem com os divulgados pela CNE.

E, em muitos casos, a culpa nem é da CNE que, de facto, divulga os dados que recebe e que julga terem origem nos centros de escrutínio. Mas não. Os enviados desses centro vão parar ao comando russo que os converte e reenvia para a CNE.

Seja como for, nada disto e do muito que continua no segredo dos deuses do MPLA, com assessoria russa, importa à comunidade internacional que, tal como os angolanos, foi comida de cebolada.»