segunda-feira, 10 de março de 2014

É o regabofe total. PGR liberta um dos assassinos de Kamulingue e Cassule



Soube por vias travessas, coisas ditas lá fora sobre Angola, num programa da tuga chamado “Os caminhos de Angola” que fez - graças a Deus teve o alto contributo histórico-cultural de Manuel Pedro Pacavira (colaborador da PIDE como consta da folha 84 do Processo Crime nº 554/66 existente na Torre do Tombo, em Lisboa) – que fez, dizia eu, história. Segundo informações recebidas por intermédio do nosso colega, Orlando de Castro, um senhor chamado Víctor Bandarra, tipo jornalista de programa (não exactamente como as moças, atenção), explicou a todo o mundo que, afinal, “é falso que 68 em cada 100 dos angolanos são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome. Que é falso que 45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica, que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos, ou que no “ranking” que analisa a corrupção, Angola esteja sempre no top. O cabritismo e a corrupção política e económica não existem, é falso que Angola disponibiliza apenas 3 a 6% do seu orçamento para a Saúde dos seus cidadãos, e que este dinheiro não chega sequer para atender 20% da população, é falso que mais de 80% do P I B é produzido por estrangeiros, que mais de 90% da riqueza nacional privada foi subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% da população!... Mas também fiquei a saber que em Angola o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder, que é verdade amigos do regime terem direito a trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba, queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas, e vinhos do tipo Château-Grillet, ou Yquem de 1994 e 2005….E eu, que tanto me tenho lamentado neste espaço, ofertado gratuitamente pelo William Tonet, peço desculpa a todos os degustadores de trufas pretas, caranguejos gigantes, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba, queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas, e vinhos do tipo Château-Grillet ou Yquem, a todos eles, sem excepção, peço que perdoem a minha cegueira, que junta à deles faz de Angola um país onde quem tem um olho é rei. Mea culpa, mea grande culpa!