quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"Xinguilamento" do Monstro de Papel da Libertação Nacional - William Tonet


Luanda - O MPLA pode realizar manifestações para tudo, mas a oposição não pode; os miúdos que não sejam da OPA, não podem manifestar; os jovens que não sejam da JMPLA e adeptos do Kuduro bajulador, não podem; as mulheres que não sejam da OMA, não podem; os militares que não idolatrem o comandante em chefe não podem; os polícias que não jurem matar e morrer pelo chefe não podem; os cidadãos que queiram manifestar-se contra o elevado custo de vida não podem. Ninguém dos outros pode, mas eles podem tudo...
A ala radical do MPLA, apesar de ter conquistado por vias dúbias um poder totalitário no exercício da “coisa pública” não sabe lidar com a crítica, com a contestação, com os protestos e nem sequer se dá ao trabalho de ouvir a oposição. Quer controlar toda a vida política e inventa o que for preciso para isso.

O seu poder reside no controlo dos órgãos de comunicação social pública e na compra da maioria da imprensa privada, dos organismos de Defesa, Segurança e Policial e numa riqueza (dinheiro) adquirido quase exclusivamente recorrendo com regularidade a constantes atropelos a lei, nomeadamente a Carta Magna do Estado.

O MPLA radical, como já aqui muitas vezes referimos, recorre vezes sem conta a uma das mais antigas e odientas tradições dos seus chefes guerrilheiros, matar para reinar, tal como aconteceu neste último caso com os desaparecimentos de Kamulingue e Cassule, em que foi reiterada a prática do crime de circunstância, numa repetição dos que foram cometidos pelos sucessivos governos sob sua liderança, seja antes da tomada do poder, seja neste consulado de JES e do MPLA, que brotou do nada em 1992 e se multiplicou por detrás de sucessivas máscaras de uma democracia "sui generais", atípica e exclusivamente de fachada.

Esta indisfarçável violência política resulta da incompetência governativa do regime liderado por José Eduardo dos Santos, e, no caso pendente, não admira que o desaparecimento de Alves Kamulingue e Isaías Kassule, raptados dias 27 e 29 de Maio de 2012 quando organizavam uma manifestação de ex-militares em Luanda nunca tenha merecido uma resposta plausível. Até ao dia 8 do mês em curso, em que, a favor de um comunicado policial os angolanos ficaram a saber que eles tinham sido selvaticamente assassinados e lançados um ao matagal e outro ao rio Dande como refeição para os jacarés.

Perante tão odiento crime, uma semana mais tarde, dia 15 de Novembro, a UNITA deu a conhecer publicamente que organizaria uma manifestação pacífica de protesto, ao que se seguiu uma resposta muito musculada da parte do bureau político do MPLA, que, num comunicado tornado público, depois de expressar a sua enérgica condenação ao acto vil e grave que terá (vejam só este nojento tempo de verbo) atentado contra a vida desses cidadãos e manifestado a sua solidariedade às famílias e o seu total apoio às suas iniciativas assumidas com base na lei, tudo isto sem esquecer de lançar o seu agradecimento a JES, pelo facto de um imediato processo ter sido desencadeado judicialmente «por recomendação do Titular do Poder Executivo», o referido comunicado atira-se de peito avante contra a UNITA, acusando o Galo Negro de ter recorrido a uma linguagem insultuosa e lançado várias calúnias «contra as instituições de Estado angolano, em particular contra o mais Alto Mandatário da Nação, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos». E assim dando mais uma de mão às camadas de verniz que se vão acumulando para esconder a sujidade da sua desgastadíssima imagem.

Eis-nos pois, uma vez mais, mergulhado na incoerência total e na completa desarticulação entre o partido dos camaradas e o próprio Executivo, uma vez que a virulência da resposta do MPLA, aludindo à revolta da UNITA, ao seu pretenso apelo à guerra, rememorando todos os horrores que esse partido teria cometido e esquecendo os que por si próprio foram cometidos, é tão exagerada que, se não soubéssemos que o que está em jogo é uma acção de simples protesto a reivindicar que sejam imediatamente encarcerados em regime de prisão preventiva os agentes do SINSE que são acusados de ter participado neste miserável assassinato duplo, sobre duas pessoas que não cometeram crime algum, poderíamos aferir que estamos em vésperas de uma nova guerra civil.

Enfim, tudo isto e o mais que foi dito e feito e a acumulação de ameaças ordenadas e orquestrada por esse país fora mais não são do que manobras de diversão para fazer esquecer que os manifestantes Alves Kamulingui e Isaías Kassule “foram assassinados pelo GOVERNO, PELO MINISTÉRIO”, como foi opinado com pertinência no Facebook, do qual retiramos ainda um extracto de post que nos parece resumir bem o que se está a passar, ao aferir que «os membros e simpatizantes do MPLA estão todos em estado de XINGUILAMENTO no seguimento da convocação de uma manifestação geral anunciada pelo partido UNITA (…) sinceramente eu não sabia que a UNITA tinha essa capacidade de excitar ao extremo o auto-proclamado "partido maioritário" que se sente bem pequenino quando a UNITA ruge, até dá-me graça ler os delírios que muitos deles escrevem. E no meio desse XINGUILAMENTO paranóico a JMPLA já diz que a data da comemoração da organização deles é o dia 23 de Novembro kkk!!! (…) Todo mundo sabe que eles comemoram no dia 14 de Abril, mas subitamente alteraram a data para o 23 de Novembro. E fazem isso para quê? Para arranjar DESCULPAS para realizar uma manifestação (na realidade contra-manifestação), só mesmo para provocar e tentar criar a confusão...

Este medo, temor manifesto, do MPLA, é a mais significativa das incoerências a que nos referimos supra, e segue-se a uma outra cabeçada na Constituição, essa da lavra do próprio Presidente Dos Santos, que exonerou rápido, para ensaboar a cara, um dirigente ou responsável que, segundo a Constituição e o Tribunal Constitucional, não tem responsabilidade nenhuma.
O responsável é ele próprio!

Em todo o caso esta situação do país exige, numa outra vertente, como referiu Marcolino Moco, que a UNITA, fora da sua qualidade de proponente desta manifestação, «coordene previamente, com todos os partidos, que aparentemente não se dediquem à política como puro negócio, as principais acções para transformar, se possível negociar pacificamente a mudança deste regime que já não consegue fingir que não é ditatorial (estude-se se é por desespero ou arrogância). E que esses outros partidos aceitassem essa liderança informal, do maior partido da oposição, porque, isolados, não vão desempenhar o papel que o momento exige».

Todavia, como prioridade impõe-se a todos a efectivação desta manifestação. Se o povo angolano se amedrontar agora...o regime vai ganhar força! Se o povo angolano for agora determinado...eles vão perceber que perderam força! A única forma de pressionar o regime... é o povo estar unido e sair mesmo à rua no 23.11! E se houver muita gente lembrar-nos-emos do velho sábio Mendes de Carvalho, quando disse que era cinza e «cinza já não teme que seja queimada, medo de errar para quê, quando a minha vida nos últimos anos tem sido lutar com a arma da palavra, contribuindo para a verdadeira reconciliação dos angolanos?!» Mendes da Carvalho, referido também por Marcolino Moco, que nos repete o lema que ouviu da boca da assessora para os assuntos científicos do Presidente da Comissão Europeia: «amigos, oiçam-me, não tenham medo de errar quando é preciso criar quando é preciso inovar, que o erro é a mãe do progresso”.

Vamos manifestar, vamos pra rua, vamos ser pacíficos mas vamos gritar a nossa indignação. E nada será como dantes! Eu estou aqui! E você?

terça-feira, 26 de novembro de 2013

No jornal Folha 8 desta semana: O “Niet” angolano ao Islão



Creio que a ministra da Cultura confundiu combate às seitas religiosas com combate a uma das religiões dos Livros, como são consideradas as três religiões mestras não asiáticas, referidas nos dois "livros sagrados", a Bíblia e o Alcorão, sustentáculos do Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.
O que ela não se farta de explicar é que, na sua opinião, a proliferação das seitas é terrivelmente nociva ao acervo cultural de Angola, perturba a vida dos angolanos e desvia-os dos seus usos e costumes, numa palavra, não se coaduna com a sua maneira de ser nem de estar na vida. Entretanto, fica-se sem saber a que tipo de angolanos é que a Dr.ª Rosa Cruz e Silva se refere. Temos que receber da sua lavra, escrita ou falada, uma boa explicação, pois não estamos em crer que o seu raciocínio seja o de uma intelectual, nos parecendo ele ser muito mais o de uma integrista que se está a aventurar numa cruzada anti-Islão, contrariando assim a liberdade de religião consagrada na Constituição. Além disso, a sua explicação referente às seitas a propósito da incompatibilidade entre elas e as características dos angolanos, peca por ser tendenciosa. Porque, das duas uma, ou ela se refere aos bantus animistas, ou aos que abraçaram o cristianismo e as suas mais de mil variantes que oficiam em Angola. Se ela se refere aos animistas, muito mais do que o Islão, que permite a poligamia, veio a religião católica perturbar profundamente os seus acervos, cultural e religioso; se, pelo contrário, ela se refere aos bantus cristãos, então aí trata-se realmente daquilo a que já aludimos, Rosa Cruz e Silva partiu para uma cruzada anti-islamismo. Desejamos-lhe boa viagem e uma boa saída (provavelmente a correr) da salgalhada em que se vai meter.
In António Setas

William Tonet. Como Casssule e Kamulingue foram atraídos para a morte



Luanda - O Folha 8 tem, em exclusivo, parte das informações secretas que estavam em posse do esquadrão da morte, cuja capital operativa é a polícia secreta, o SINSE e a estratégica a judiciária, DNIC e passa a relatar com dados, nomes, locais e datas, como ocorreram os assassinatos destes dois jovens, que em vida pertenceram à Guarda presidencial da Presidência da República, (UGP) , cuja implicação neste drama, como inicialmente se chegou a supor, não é mencionada em nenhuma parte do extenso dossiê a que aqui aludimos.

Vamos à história contada na primeira pessoa por um dos algozes.

No dia 27 de Maio de 2012, pelas 14h00, o agente secreto Tucayano, do SINSE, liga para Alves Kamulingue, propondo-lhe um encontro para uma suposta entrevista nas bombas de combustível da Sonangol junto aos Bombeiros, por detrás do Hospital Militar de Luanda. Kamulingue aceita e aí chegado, surge uma viatura Chevrolet Spark, com elementos no interior que o chamam e ele, ao aproximar-se, é empurrado rapidamente para o interior da viatura, que arranca de imediato em alta velocidade.

Os raptores são António Manuel Gamboa Vieira Lopes, delegado do SINSE em Luanda, Paulo Mota, delegado adjunto do SINSE Luanda, Comissário Dias do Nascimento, 2.º comandante provincial de Luanda, Manuel Miranda, chefe de Investigação Criminal da Ingombota, Luís Miranda, chefe dos Serviços Sectores do Comando de Divisão da Ingombota ; a viatura seguiu em direcção ao Km 44, zona da Barra do Kwanza e, pelo caminho, ligaram para o agente, Francisco Pimentel Tenda Daniel, tcp Kiko, que deveria juntar-se a eles, o que ele fez no meio do percurso, já mata adentro. O qual, como veremos, também caiu numa armadilha. Sigam-nos !

Postos no local combinado, os agentes do SINSE e da DNIC empreendem uma acalorada discussão sobre quem deveria fuzilar Alves Kamulingue. Depois de algum tempo escolheram o oficial operativo da DPIC, Kiko, tendo este sido obrigado, enquanto inferior hierárquico, a cumprir a ordem de disparar para matar a vítima. Ligeiramente contrariado, lê-se no documento em nossa posse, o agente cumpriu, tendo logo depois todos os presentes abandonado o local, deixando o corpo estendido no solo, à mercê de animais predadores.

No dia 29.05.12, isto é, dois dias mais tarde, o mesmo agente Tucayanu liga por volta das 18h00 para Isaías Cassule, alegando ter informações sobre o Kamulingue e uma gravação em vídeo da última manifestação, pelo que deveriam encontrar-se defronte ao fontanário da Escola Angola e Cuba, no Cazenga. Cassule, talvez na ânsia de obter informações, sobre o amigo e colega, vai ao encontro na companhia de Alberto António dos Santos, mecânico da UGP. Mas, postos no local, este último apercebe-se de que o encontro é uma cilada e empreende uma repentina fuga, coisa que Cassule não conseguiu, ficando à mercê dos assassinos, que o levaram, naquela mesma noite, para uma zona afastada do Rio Dande, a bordo de uma viatura Hilux de cor preta, conduzida pelo agente Tcheu, chefe de escolta do governador e secretário provincial do MPLA de Luanda.

Faziam ainda parte dos raptores, Lourenço Sebastião, chefe do SINSE de Viana, Fragoso, agente do SINSE de Luanda e mais três elementos, cujos nomes constam na documentação que os identifica apenas como agentes 020, 030, 060, sendo, em todo o caso, esta operação apenas efectuada por agentes do SINSE.

Entretanto, depois do cometimento do crime, o agente Kiko, inconformado com a decisão de o terem empurrado para o papel de "matador", para além de lamentar cabisbaixo nos corredores da DPIC e DNIC, também desabafou com familiares e com Tucayanu, agente do SINSE, que não deixou de comentar a informação. Neste percurso, sem ordem judicial, tal como acontece muitas vezes com as operações comandadas pela DNIC, eis que esta instituição, em colaboração com a PGR, inicia o rastreio telefónico deste agente, conseguindo obter mais elementos sobre quem e como foram raptados Cassule e Kamulingue.

Em virtude deste acervo judicial, Tucayanu foi preso e o ministro do Interior comunicou os factos ao Presidente da República, que, na sua qualidade de Comandante em Chefe, deu ordens expressas no sentido de a DNIC, em conjunto com a PGR, desencadear diligências para o esclarecimento dos factos.

Com base nessas requisitadas diligências, no dia 05.11.13, processaram-se as primeiras detenções de Lourenço Sebastião, chefe do SINSE/Viana, Paulo Mota, delegado adjunto do SINSE/Luanda e Loy, agente do SINSE/Luanda. nas suas primeiras declarações, em acto de interrogatório, na PGR, todos foram unânimes em acusar Sebastião Martins e António Manuel Gamboa Vieira Lopes, como mandantes dos assassinatos.
Provas do crime

Os investigadores já realizaram diligências de busca e captura nas residências de Francisco Pimentel Tenda Daniel tcp Kiko, para recolher a arma que disparou contra Alves Kamulingue, tendo a mesma sido entregue pela mulher deste a Manuel Miranda, chefe da Investigação Criminal da Ingombota, um dos que também participou no assassinato.

Na casa de Paulo Mota foi apreendido o seu computador, com um volume de informação invejável, pois tinha planos operativos sobre a actividade de inteligência do SINSE, realizada ao longo dos últimos anos contra elementos da oposição e da sociedade civil. Foi encontrada, por exemplo uma lista de elementos a abater, destacando-se o mecânico da UGP, Alberto António dos Santos, Luaty Beirão, Nito Alves, Brigadeiro 10 pacotes, entre outros, cuja lista divulgaremos mais tarde.

Neste momento, já foram ouvidos Vieira Lopes, Dias do Nascimento, Manuel Miranda, Luís Miranda e, muito provavelmente Sebastião Martins, exonerado no 14.11, todos já constituídos arguidos, segundo fonte operativa, mas continuando em liberdade pese a sua implicação nos horrendos e cobardes assassinatos.

Muito provavelmente, poderá também vir a ser ouvido, o governador provincial de Luanda, Bento Bento.


QUEM ESTÁ DETIDO

Neste momento encontram-se já detidos os seguintes elementos:
1- Tcheu - ex-chefe de escolta do governador de Luanda, Bento Bento,
2 - Paulo Mota, delegado adjunto do SINSE/Luanda;
3 - Francisco Pimentel Tenda Miguel, tcp Kiko, agente DPIC
4 - A.Loy, agente SINSE/Luanda; Todos os acima mencionados encontram-se na cadeia do São Paulo, em Luanda
5 - Lourenço Sebastião, chefe do SINSE/Viana
6 - Tucayanu, agente SINSE/Luanda
7 - Fragoso, agente SINSE/Luanda; todos estes encontram-se na cadeia do Supremo Tribunal Militar

Uma das mais antigas e odientas tradições de alguns chefes guerrilheiros e novatos bajuladores do MPLA é matar para reinar, como foram os casos de Alves Kassulingue e Isaias Sebastião Cassule, antigos militares da UGP (Unidade da Guarda Presidencial) e, anteriormente, no caso abafado do suicídio do engenheiro António Belarmino Brito no, dia 22 de Fevereiro de 2012, quando foi encontrado morto no novo edifício sede da SONANGOL.

A questão que se pôs então e se põe ainda até hoje, é de saber como pôde um funcionário superior da petrolífera estatal, inspector de projectos, sucumbir subitamente "em plena luz do dia", no seu próprio local de trabalho, sem que alguém fosse ao seu socorro? Correram várias versões sobre o local exacto onde a vítima foi encontrada morta na sede da empresa. A esse respeito, o Prof Ngola Kiluange diz ter sido encontrado no seu próprio escritório.

Por outro lado, segundo a mesma fonte, «durante o funeral, três funcionários da Sonangol, que se identificaram como colegas da vítima, terão aparecido em tempos alternados, o primeiro dizendo que o engenheiro foi encontrado morto no elevador, o segundo afirmando ter visto Berlarmino morto num outro andar, e o terceiro confessou ter tentado ajudar e levá-lo para a clínica do edifício, mas “acabou por morrer quando chegou à clínica Girassol".
Estranho, não?

Este é um sistema de assassinato clássico no que toca aos métodos do MPLA. O fuzilamento de Sotto Mayor, no campo da Revolução, em Luanda, nos anos 80 e em tempos mais recentes, os assassinatos de Adão da Silva, Ricardo de Melo, Mfulumpinga Landu Victor e tantos outros pelos esquadrões de morte, que ensombram a imagem de qualquer regime.

Assassinatos em cadeia contínua no tempo

Desgraçadamente, a realidade que será legada pelo desempenho do MPLA será prenhe de uma sucessão de variantes de um só tema, que regularmente, vem à tona: os crimes cometidos pelos sucessivos governos sob sua liderança, seja antes da tomada do poder com os assassinatos, entre muitos outros, de Matias Miguéis, enterrado vivo e deixado dois dias com a cabeça de fora, a mando de Agostinho Neto, tal como a do comandante Paganini, na Frente Leste, acusado de feitiçaria e tentativa de golpe a Neto, foi atirado vivo, numa fogueira em 1966. Houve ainda a tragédia do 27 de Maio de 1977, onde cerca de 80.000 mil jovens, foram assassinados sem julgamento, por Neto não "querer perder tempo com julgamentos". Temos ainda os assassinatos que brotaram do nada em 1992 e se multiplicaram por trás de sucessivas máscaras de uma democracia sui generis num palco altamente inclinado, no qual o MPLA acabou por manter o seu lugar avassalador, lá em cima, num festivo ambiente de multipartidarismo falsíssimo e mais que balofo.

São de relembrar casos que nem sequer são ocultos (o mais curioso é que ninguém os comenta), como, por exemplo, a morte de Serra Van Dunem, os acidentes armadilhados por homens da Secreta, alegadamente sob controlo dos kaenches do Palanca que já mataram religiosos, milícias ao serviço da própria secreta para se eliminar possíveis testemunhas do massacre contra Filomeno V. Lopes, a eliminação de certos quadros nacionais e estrangeiros por envenenamento, isto sem esquecer a morte de Nelson, pessoa querida do antigo ministro das relações exteriores, Paulo Jorge, por envenenamento no MIREX pelos próprios colegas, depois de este ter discutido com um camarada de partido que o tinha ameaçado de prisão… ao que podemos juntar o já aqui mencionado pseudo-suicídio do engenheiro Bernardino Brito, discretamente seguido de ordens superiores para queimarem o vídeo que retratava o acto criminoso por ordens supostamente de Manuel Vicente, que temia que os segredos em posse de Brito sobre os seus negócios com a China e outros países viessem à luz do dia; a eliminação de dirigentes da UNITA já depois dos acordos de paz, na sua maioria por envenenamento dentro de suas próprias casas e em hospitais dentro e fora do país…. e tutti quanti amarfanhado, ocultado e evaporado pelo regime. Que nos ecrãs da TPA só comunica ao povo de Angola lisura, civismo e honestidade!
Cinismo puríssimo.

Desrespeito dos Direitos Humanos  é recorrente no candidato

Dizer que Angola chegou mesmo a pagar e a fazer corredores para estar na Comissão de Direitos Humanos da ONU dá vontade de rir às gargalhadas. Nem que seja apenas para escorraçar da nossa mente o medo de ver o poder do dinheiro a violentar a ONU, fazendo nela entrar o nosso país, cujo “governo” atípico, a que de dá, por atavismo, o nome de Executivo, diariamente, comete crimes contra os direitos humanos, que assim serão, doravante, perpetrados sob cumplicidade desta prestigiosa organização. Esperemos que não, que isso nunca possa acontecer.
*Voltaremos

estamos sem salários desde Janeiro até à presente data



vimos por esta informar que somos funcionarios do BUE do Bié e nos encontrmos numa situcão dificil e diferente de outros pontos do pais: estamos sem salarios desde janeiro até a presente data, o mais agravante é que não temos nenhuma informação do porque da falta de salários e ném pelo-menos uma data provavel para o devido pagamanto. Inclusivel em algumas actividades politicas sempre que perguntamos sobre tal situação o executivo nunca sabe nada sobre a situação, alegando que é problema da nacional. Sinseramente nós como funcionários, e chefes de familias estamos aterrorizados com está situação, pedimos desde já que a Nacional dê a solução o mais breve possivel já que o executivo local alega ter sido um problema da Nacional. As nossas coordiais Saudações
Comentário em: ANGOLA COM O PIOR RANKING