sexta-feira, 2 de março de 2012

Travão dado à batota


Estamos em crer que a espectacular concordata entre oposição e MPLA a propósito do pacote eleitoral, suficientemente duvidosa para levantar dúvidas quanto à sinceridade do acontecimento, para já, e antes que venham ao de cima eventuais confirmações das dúvidas levantadas desde o início, confirma que a conduta muito carregada de explicações e contra-explicações do Ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa não inspira confiança a ninguém
O número arbitrário de 600 a 800 mil mortos que o ministro revelou existirem no Filheiro do Registo; a inexistência de procedimentos de segurança que impeçam de facto a manipulação dos dados dos eleitores; o registo comprovado de estrangeiros e menores; a emissão de cartões múltiplos não solicitados para a mesma pessoa; a inelegibilidade da banda magnética dos cartões; a recolha coerciva de cartões pelas estruturas do Partido do Ministro; a ausência das brigadas de registo na maioria das comunas do país; o mapeamento pelo Ministro de locais de votação inexistentes; e agora, o recurso a uma lei caduca para obter a cobertura de uma Comissão Eleitoral submissa ao seu Partido para a prática de actos inconstitucionais não transparentes em 2012; tudo isso atesta que o interesse perseguido pelo Ministro não é a protecção dos interesses dos eleitores nem a prossecução do interesse público. Veremos o que nos traz no bico esta concordata que cheira muito a negociata.

A paz podre de Cabinda


Não resistimos à tentação de transcrever uma citação do deputado da UNITA, Raúl Danda, a propósito da sempiterna instabilidade do conclave de Cabinda, qundo afirma num papel publicado pelo club k que o chefe do Estado-Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, anunciou, em Luanda que um dos objectivos determinados pelo Comandante-em-Chefe, José Eduardo dos Santos, para 2012 é a pacificação da colónia angolana de Cabinda. Senguno Danda, e muito sagazmente, «Afinal, pela própria voz do general que foi comandante da UNITA e que ajudou a assassinar Jonas Savimbi, ficou a saber-se de forma oficial que Cabinda não está pacificada. E pacificar é, na linguagem do regime colonial angolano, calar de uma vez por todas todos aqueles que pensam de maneira diferente. É, aliás, uma regra de ouro que o MPLA já impôs com êxito em Angola. De facto, mesmo que esquecida pelo resto do mundo, Cabinda não se rende. E como nunca deixará de lutar, nunca será derrotada. O Governo de Angola continua sem conseguir calar a força da razão que floresce na sua colónia. Prende civis, mata supostos guerrilheiros, atemoriza meio mundo mas, na verdade, continua com a espinha na garganta». Apego admirável a uma nobre causa.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Universidades “Pimpas” há muitas


O docente da Universidade Metodista de Angola Carlos Francisco afirmou hoje, em Luanda, que o papel das universidades já se faz sentir de forma positiva na produção de subsídios científicos, com aplicabilidade em vários domínios de desenvolvimento do país. Em declarações à Angop, o responsável reconheceu que o país teve elevadas dificuldades para a produção de investigação científica, logo após a independência nacional, fruto da escassez de quadros e instituições de ensino. Todavia, afirma, “Hoje nota-se um maior investimento no que diz respeito à elevação dos níveis de ensino, sobretudo a nível dos mestrados, pós graduação e doutoramentos, o que acaba por fazer com que haja maior produção das próprias universidades e dos quadros saídos dessas instituições”, referiu. O investigador científico referiu que, apesar de relativa evolução neste sentido, as universidades devem continuar a trabalhar para que haja cada vez mais produção científica Pouco faltou para dizer que o mundo deve a Angola o produto das suas investigações científicas. Banga em todo o seu esplendor.
Fonte: Angop


Os nossos estimados leitores, se por acaso tiverem acesso ao texto a que nesta página fazemos alusão, ao acabar de proceder à sua leitura das declarações do ilustre Carlos Francisco, irá certamente pensar que o mesmo está a referir-se a outro país qualquer, menos Angola. As Universidades contribuem para o desenvolvimento do país? Isso era no tempo da geração da utopia, onde se sonhava com paraísos terrestres sem ser necessário dinheiro para aí chegar. A verdade é que hoje, em Angola, a Universidade virou comércio para gente com dinheiro, investidores, generais e até comerciantes. Qualquer gato pingado que tenha beneficiado duma fezada, ou, porventura, tenha herdado da sua rica mãe, tio, tia, avô ou avó, sonha em abrir uma universidade.
Resultado, aparecem por aí universidades à toa. Primeiro: quase nenhuma delas tem instalações condignas; segundo: não têm sequer centro de produção e pesquisa, onde se poderia divulgar os resultados das pesquisas e encaminhar aos organismos institucionais; terceiro: o corpo docente, insuficiente e com sérias lacunas de pedagogia. Resumindo e concluindo, podemos dizer que o professor Carlos Francisco quando afirmou que as Universidades contribuem para o desenvolvimento do país, não estava a falar de Angola.

Um ano de desmaios



Mais uma vez, não resistimos à tentação de nos referir à caneta bem afinada de Reginaldo Silva, que nos assegura que na forja está: “2011, o Ano de todos os desmaios”.
«O primeiro "desmaio" foi a entrada em vigor da nova Constituição. Diante do texto, comecei logo por "desmaiar" quando vi que os angolanos só podiam chegar ao cargo de Presidente da República se tivessem uma militância partidária.
Voltei a "desmaiar" quando vi que agora se pode ser Presidente de todos os angolanos com pouco mais 20% do eleitorado, ...se o número de partidos concorrentes rondar os cinco.
Continuei a "desmaiar" em todas as escolas, mas "desmaiei" ainda mais quando assisti a primeira conferência de imprensa da polícia sobre os "desmaios". Aí ia tendo mesmo um ataque de "caspa", por causa das tissagens e da fome...
O outro "desmaio" que tive em 2011, foi-me provocado pelos putos que perderam o medo, saíram a rua, xingaram tudo e todos e conseguiram mesmo acabar com o carnaval do 7 de Março.
Mas tem outros "desmaios", na retrospectiva que está em preparação, com a promessa de estar aqui na próxima semana, toda "desmaiada"...se o número de partidos concorrentes rondar os cinco.
Continuei a “desmaiar” em todas as escolas, mas desmaiei ainda mais quando assisti à primeira conferência de imprensa da polícia sobre os desmaios. Aí ia tendo mesmo um ataque de “caspa”, por causa das tissagens e da fome.
O outro desmaio que tive em 2011 foi o que foi provocado pelos putos que perderam o medo, saíram à rua, xingaram tudo e todos e conseguiram mesmo acabar como o Carnaval do 7 de Março.
Visão utópicas e o número de partidos concorrentes rondar os cinco.
Continuei a "desmaiar" em todas as escolas, mas "desmaiei" ainda mais quando assisti a primeira conferência de imprensa da polícia sobre os "desmaios". Aí ia tendo mesmo um ataque de "caspa", por causa das tissagens e da fome...
Mas tem já outros desmaios na retrospectiva que está em preparação, com a promessa de estar aqui na próxima semana, toda desmaiada». Fonte: Reginaldo Silva, in Morrodamaianga
Imagem: CHARGE DO FINAL DE SEMANA. Postado por Vereador Fernando Falcão às 12:22 0 ...
vereadorfernandovidacigana.blogspot.com

A escovadela monstra do general


O general Zé Maria, irrascível comanditário da pureza disciplinar que já lhe valeram alguns dissabores, v viveu recentemente um verdadeiro desastre pessoal: foi ameaçado de morte por um capitão da UGP, portanto, por um dos seus subordinados. Imaginamos sem dificuldade alguma o trauma que lhe foi causado por essa intempestiva reacção do capitão que o ameaçou. Estamos conscientes de que o que se passou depois disso, com todos os outros sodados da UGP, alguns deles com alta patente, a porem-se do lado do capitão e a obrigar o general a uma retirada estratégica, encolhido e de mansinho, para que o drama não aconteça. Tudo isso, é inegável, causou-lhe imensos prejuízos, não só psicológicos, mas também para o prestígio de que fruía no seio da sua prestigiosa corporação.
Dada a conjuntura criada por esta sequência de acções e reacções, assim como as que se seguiram, compreendemos que o general Zé Maria teria podido sentir que a profunda arranhadela sofrida pudesse ser levada negativamente em conta pelo presidente da República, o seu idolatrado Chefe Supremo, e que se lhe apresentasse como sendo urgente dar uma de mão à adorada imagem do “Homem”, com uma boa (monumental) escovadela da sua imagem, contrapondo assim algo de válido às suas derrapagens. E foi o que ele fez, fazendo publicar no Jornal de Angola uma dos panfletos mais inflamados jamais escritos à glória imortal de JES!